Por Matheus Campos
Realizada entre março e dezembro de 2020 pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) com o apoio da Fundação Tide Setubal, a pesquisa intercampi Desigualdades e Vulnerabilidades na Epidemia de Covid-19: Monitoramento, Análise e Recomendações divulgou relatório com os resultados de seis eixos de análise (Vulnerabilidade, risco, moradia, renda; Violências de gênero e policial; Sofrimento mental e uso intensivo de substâncias; Saúde, informação e prevenção; Acesso a auxílios e redes de solidariedade; Insegurança alimentar) e dois inquéritos (nutricional e sorológico).Sob a coordenação geral da professora Lumena Almeida Castro Furtado, da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp), o estudo teve a participação de estudantes e professores(as) dos campi São Paulo, Zona Leste, Baixada Santista, Diadema, Guarulhos e Osasco, além de representantes de movimentos sociais atuantes nos 16 territórios onde a pesquisa aconteceu. Ao todo, foram envolvidos 108 pesquisadores, 60 pesquisadores bolsistas, 24 pesquisadores selecionados em territórios com os movimentos sociais, 18 pesquisadores IC Graduação, 2 pesquisadores bolsistas do Ensino Médio e 6 pesquisadores coordenadores dos campi.
O objetivo geral da pesquisa foi analisar os processos e os impactos da pandemia de covid-19, das medidas e ações realizadas para a prevenção, contenção e enfrentamento da pandemia, bem como as formas de operacionalização de redes de apoio, ajuda mútua e de solidariedade organizadas pela sociedade civil, poder público e pelos grupos sociais em cada território, considerando-se as desigualdades e vulnerabilidades.
“A pesquisa teve o compromisso de produzir conhecimentos científicos socialmente referenciados que possam contribuir para o entendimento e a avaliação sobre os processos e impactos sociais e territoriais relacionados com: a disseminação de contágios do novo Coronavírus em grupos sociais e territórios das metrópoles de São Paulo e da Baixada Santista e a proposição e vivência das medidas de prevenção, contenção, enfrentamento e combate adotadas contra a expansão da pandemia naqueles grupos sociais e territórios. Conhecimentos que possam subsidiar os processos de tomada de decisão relativas às medidas e ações de apoio, redução de danos e apoio às populações mais afetadas pela pandemia”, escreveram os pesquisadores em documento.
"A pesquisa representa um avanço no olhar da diversidade. Essa diversidade que temos nessa desigualdade social, que sempre existiu. Além de reunir de forma inovadora uma equipe tão diversa de diferentes ciências”, complementa a professora Joana de Fátima Rodrigues, uma das duas coordenadoras do Campus Guarulhos.
Para conferir o relatório em e-book, clique aqui. Os resultados também foram debatidos em série de lives temáticas no canal do Observatório de Políticas Públicas da Saúde da Unifesp no YouTube:
- Fome (13/7)
- Violências (15/7)
- Pandemia e saúde mental (20/7)
- Informação, prevenção e vacina (22/7)
- Renda, moradia e trabalho (27/7)