Por Denis Dana
Em 11 de fevereiro é celebrado o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência. A data, instituída pela Assembleia das Nações Unidas em 2015, tem como principal objetivo destacar o papel fundamental, a importância e a contribuição feminina nas áreas de pesquisa tecnológica e científica. Aqui no Brasil, elas têm participado cada vez mais da ciência praticada dentro das universidades. Na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o público feminino representa a maioria na produção acadêmica, isso em diversos campos do conhecimento.
Em 2021, as mulheres foram responsáveis por quase 51,5% dos 5.347 estudos produzidos na Unifesp. A maior fatia do gênero feminino na produção científica da Unifesp, aliás, já é algo que se repete há um bom tempo. Nos últimos dez anos, as mulheres superaram a produção em nove.
Gráfico mostra que, nos últimos dez anos, as mulheres superaram a produção em nove
A alta representatividade feminina nos últimos anos é resultado natural de uma participação cada vez maior delas nos programas de pós-graduação, onde, em algumas áreas, as mulheres somam ampla maioria. É o que acontece, por exemplo, na Fonoaudiologia, onde a presença feminina é dominante, com 98% de representatividade, e na Psicobiologia, com 93%. Compõem o ranking da presença feminina na Unifesp os programas de pós-graduação de Enfermagem (92%); Bioprodutos e Bioprocessos (89%); Filosofia (86%); e Nutrição (80%).
O gênero destaca-se também no Serviço Público e Políticas Sociais, com 75% do público feminino, na História da Arte (71%), na Educação (69%), Engenharia e Ciência de Materiais (62%), Química – Ciência e Tecnologia da Sustentabilidade (58%), o que reforça a presença das mulheres nos diversos campos do conhecimento.
A presença das mulheres, além de significativa, se apresenta com muita qualidade em produção, pesquisa e ensino. Em 2021, a Unifesp foi considerada a instituição brasileira mais comprometida com a igualdade de gênero no Brasil, segundo o Impact Rankings da Times Higher Education (THE). Dentre mais de mil universidades participantes, a Unifesp ficou classificada em 89.º mundialmente. Essa classificação se baseia em indicadores que medem a participação da produção de pesquisa de autoria das mulheres, a quantidade de mulheres que ingressaram e se formaram nos cursos de graduação e pós-graduação oferecidos.
“A Unifesp como uma universidade pública, laica, democrática, inclusiva, sente que sua missão de propiciar em seus campi a igualdade de gêneros nas oportunidades de pesquisa tem sido cumprida. O avanço crescente de mulheres e meninas na produção científica da nossa universidade certifica esse propósito”, destaca Lia Bittencourt, pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa da Unifesp.
Apesar de o avanço feminino na produção acadêmica e científica ser motivo de celebração e de orgulho, ainda há muito espaço para que as mulheres possam ocupá-los e mostrar seu potencial e toda a contribuição que podem dar.
Áreas como Economia e Desenvolvimento, a representatividade do gênero masculino supera 70%; Pesquisa Operacional, Medicina (Radiologia Clínica) e Matemática Pura e Aplicada têm representação masculina de mais de 80%; já na Ciência da Computação e na Biodiversidade e Ecologia Marinha e Costeira, o índice de representação dos homens supera os 85%, mostrando que elas podem e devem seguir a jornada, elevando ainda mais sua participação na produção científica nacional.