Quarta, 18 Outubro 2023 10:12

Unifesp dá início à 20.ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2023

Iniciativa discute as Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável

Por José Luiz Guerra

Mesa de abertura da 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) 2023. Da esquerda para a direita: Helena Nader, Debora Galvani,  Lia Bittencourt, Fernando Atique e Renato Janine Ribeiro
Mesa de abertura da 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) 2023. Da esquerda para a direita: Helena Nader, Debora Galvani, Lia Bittencourt, Fernando Atique e Renato Janine Ribeiro

A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) deu início às atividades da 20.ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) 2023. O evento deste ano, que discute as Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável, será marcado por ações em todos os campi da instituição.

O objetivo central do evento é promover um diálogo transversal entre os diferentes campi da Unifesp e a comunidade em geral sobre a importância das ciências básicas para o desenvolvimento sustentável do país. Durante a semana, serão realizadas atividades que visam engajar estudantes, docentes, pesquisadores(as) e o público em geral. Dentre as iniciativas propostas, destacam-se palestras, mesas-redondas, workshops, cursos e exposições interativas, abordando temas relacionados às ciências básicas e sua importância para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU). Além disso, serão promovidas atividades de popularização da ciência, com o intuito de demonstrar de forma acessível e envolvente como as ciências básicas contribuem para a construção de uma sociedade mais plural, equitativa, pacífica e próspera.

Instituída por decreto presidencial em 9 de junho de 2004, o evento é realizada todos os anos durante o mês de outubro pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) em parceria com unidades de pesquisa, agências de fomento e entidades vinculadas, comunidade científica, universidades, instituições de ensino de pesquisa, escolas, museus e jardins botânicos, secretarias estaduais e municipais, empresas de base tecnológica e entidades da sociedade civil e tem o objetivo de mobilizar a população em torno da importância da ciência como ferramenta para geração de valor, de inovação, de riquezas, de soluções para os desafios nacionais, de inclusão social e melhoria da qualidade de vida.

Compuseram a mesa de abertura a vice-reitora, Lia Bittencourt, o pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa, Fernando Atique, a pró-reitora de Extensão e Cultura, Débora Galvani, a presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Helena Nader, e o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Renato Janine Ribeiro.

Lia Bittencourt (ao centro) discursando durante o evento
Lia Bittencourt (ao centro) discursando durante o evento

Lia Bittencourt, que representou a reitora, Raiane Assumpção, abriu a SNCT dando boas-vindas aos(às) participantes do evento e afirmando ser uma honra para a instituição receber o evento por mais um ano. “A semana da ciência e tecnologia já é um evento que vem ocorrendo há anos. É um evento institucionalizado pelo governo federal em 2004 e traz a possibilidade única de trazermos a sociedade para dentro das universidades e institutos de pesquisa levar a produção o conhecimento para a sociedade”. A vice-reitora detalhou algumas das ações que serão realizadas ao longo da semana, como visitas a laboratórios, bibliotecas e salas de aulas e destacou a importância da participação de estudantes do ensino básico nas ações. “Espero que estes(as) estudantes possam transitar de uma maneira muito agradável em nossa universidade, estimulando a ciência e tecnologia, pois estamos em um momento único onde o governo, instituições e sociedade se unem num tema tão importante que é o desenvolvimento dessa área”.

Débora Galvani falando durante a abertura do evento
Débora Galvani falando durante a abertura do evento

Débora Galvani, fez uma breve apresentação da universidade, destacando que a instituição teve origem a partir da Escola Paulista de Medicina, que completa 90 anos em 2023, e que hoje é uma universidade multicampi, com mais de 50 cursos de graduação, com aproximadamente 13.780 estudantes, além dos cursos de programas de pós-graduação, residências médica e multiprofissional. A pró-reitora de Extensão e Cultura reforçou que a produção do conhecimento propicia a democratização dos saberes, e citou, como exemplo, o projeto do curso de licenciatura intercultural indígena, iniciativa que surgiu entre 2017 e 2018 através de um curso de extensão, no modelo de grupo de trabalho, com a presença de professores, lideranças indígenas, estudantes, docentes da Unifesp e de outras universidades do Estado, que produziu o projeto pedagógico de curso para responder às necessidades de formação de professores indígenas.

SNCT 7 
Renato Janine Ribeiro, discursando na mesa de abertura

Renato Janine Ribeiro agradeceu pelo convite e pela possibilidade de palestrar novamente na Unifesp, instituição da qual foi professor visitante e classificou a ciência como um bem comum dentro de uma sociedade democrática que deve ser compartilhada. “Nós temos uma finalidade eminentemente potencial, que nós procuramos atender da melhor forma possível com os instrumentos que temos são os instrumentos do conhecimento rigoroso”. Também falou a respeito da capacidade do Brasil em produzir ciência. “Nosso país nos dá possibilidades e necessidades. A primeira possibilidade é que nós podemos trabalhar com ciência em todos os tópicos e em todos os assuntos. E eu entendo que, se podemos, devemos. Ao mesmo tempo, precisamos escolher alguns tópicos nos quais podemos disputar protagonismo, em função de nossos interesses e necessidades”. Por fim, reforçou a importância da realização de eventos como a SNCT. “Penso que se a gente colocar como meta que a ciência, tecnologia e inovação, celebradas nesta semana, são espaços muito importantes da vida, então nós podemos ter uma definição tanto de prioridades quanto de acompanhamento”.

Helena Nader faz uma apresentação durante a abertura do evento
Helena Nader fez uma apresentação durante a abertura do evento

Em sua fala, Helena Nader destacou a participação das principais sociedades científicas nacionais na promoção do Dia de Luta pela Democracia Brasileira, celebrado no último dia 5 de outubro, em comemoração aos 35 anos da promulgação da Constituição Federal de 1988 e reforçou a relação da ciência com a democracia. “Este século está sendo chamado de século do conhecimento, sociedade do conhecimento porque ele se baseia, especialmente, na liberdade de expressão, acesso universal à informação e ao conhecimento, respeito pela diversidade cultural e linguística e educação de qualidade para todos”. Nader, que também é presidente de honra da SBPC e professora sênior da Unifesp, deu ênfase aos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável, ressaltando que o Brasil foi o seu grande articulador e que todos, sem exceção são dependentes da ciência e da tecnologia. “Sem a ciência você não vai matar a fome, erradicar a pobreza, ter paz e justiça, água de qualidade da água e assim por diante”. A docente indicou que o Brasil ainda não figura entre os principais países na questão da ciência, pesquisa e inovação, e cobrou mais investimentos e engajamento da comunidade científica. “Cada um de nós, docentes, técnicos(as) e estudantes temos a obrigação de saber o que que os deputados e senadores estão fazendo em relação à ciência. O mundo está investindo em ciência. Já estamos terminando o primeiro quarto do “século do conhecimento” e precisamos de apoio”, completou.

Fernando Atique, durante a abertura do evento
Fernando Atique, durante a abertura do evento

Encerrando a mesa de abertura, Fernando Atique falou sobre comunicação e divulgação científica, em especial, da importância dos(as) pesquisadores(as) se comunicarem não só com seus pares, mas também com a sociedade. “Dentro das nossas carreiras temos um desafio gigantesco, que é fazermos alianças com aqueles que nos mantêm, no caso, o sistema público e que devem receber a devolutiva do nosso trabalho. Então, comunicar é talvez uma das situações mais importantes que nós tivemos nos últimos anos, sobretudo, porque numa Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, nós estamos falando de novas formas e novas tecnologias”. Atique refletiu também acerca da ampliação do alcance da informação, possibilitada por essas novas tecnologias, potencializadas durante a pandemia, mas que não substitui, integralmente, o convívio pessoal. “Esses anos de vida remota e com grande capilaridade a partir do sistema de reuniões digitais, aulas virtuais ampliou verdadeiramente a possibilidade de acesso à posteriori de muitas das nossas atividades, mas a interação presencial possui um fator importantíssimo, que é a possibilidade que não cabe dentro de uma live ou em 3 minutos de views no Instagram, que é você, ao final de uma palestra que te impactou, poder entrar em contato pessoalmente com o palestrante”, finalizou.

A abertura do evento foi transmitida pelo canal da Proec/Unifesp no YouTube e está disponível abaixo.

Fotos: Alex Reipert

Lido 923 vezes Última modificação em Quarta, 13 Dezembro 2023 10:00

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