Em 1976 o Prof. Dr. Silvio Borges criou o Serviço de Informática, na época responsável pelo gerenciamento administrativo do Hospital São Paulo (HSP). Com o incremento das atividades de informatização dos processos no complexo da então Escola Paulista de Medicina (EPM), iniciou-se em 1984 ações para o ensino e a pesquisa na área da Informática em Saúde envolvendo áreas como nefrologia, propedêutica, medicina preventiva, neurologia, biofísica, genética etc., sob a liderança do Prof. Dr. Daniel Sigulem. Já em 1985 a Comissão de Informática estabeleceu a criação do Centro de Informática em Saúde (CIS), com o objetivo de organizar as atividades e a prestação de serviços na área da informática em saúde na instituição, incluindo o desenvolvimento da rede de computadores.
Em 1988 o CIS foi inaugurado, iniciando suas atividades formalmente como centro. Em 1994 a EPM alcançou o status de Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). E como resultado das atividades de ensino, pesquisa e extensão desempenhadas pelo CIS foi aprovada sua transformação para o status de Departamento de Informática em Saúde (DIS), em 1999. Em consequência do trabalho em andamento, em 2001 a proposta do Programa de Pós-graduação em Informática em Saúde (33009015051P8) foi aprovada pelo Conselho de Pós-graduação (CPG) e teve sua criação aprovada na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), do Governo Federal, em 22 de novembro de 2002, para os níveis de mestrado acadêmico e doutorado, iniciando suas atividades formais em 2003. Esse programa desempenhou suas atividades sob avaliação da área Medicina I da CAPES no período de 2003 a 2011.
Por outro lado, a área da economia da saúde surgiu como disciplina nos países desenvolvidos após a segunda guerra mundial como uma estratégia de melhorar a eficiência dos gastos nos sistemas de saúde. A justificativa de estudos nesta área provém da constatação de que o percentual dos gastos com a saúde em relação ao produto interno bruto (PIB) vem crescendo em ritmo acelerado tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento.
Na UNIFESP, a área de economia em saúde nasceu dentro do chamado inicialmente de Grupo Interdepartamental de Epidemiologia Clínica (GRIDEC), que foi constituído em 1985 por docentes da Escola Paulista de Medicina que haviam participado de um programa internacional denominado International Clinical Epidemiology Network (INCLEN). A missão do INCLEN, financiado pela Fundação Rockfeller, era a formação de unidades de epidemiologia clínica em países em desenvolvimento, com o objetivo de gerar pesquisas científicas de qualidade, visando à melhoria dos sistemas de saúde. Este grupo com características multidisciplinares desenvolveu quatro áreas de expertise para as atividades de docência, pesquisa e consultoria: (a) medicina baseada em evidências; (b) bioestatística; c) ciências sociais aplicadas à saúde e (d) economia da Saúde.
Em 1999, o GRIDEC buscou novas parcerias, incorporou docentes e pesquisadores de outras universidades, como da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo, bem como de outros setores dentro da própria UNIFESP. O grupo passou a denominar-se Centro Paulista de Economia da Saúde (CPES), unificando áreas de excelência e notabilizando-se como centro de vanguarda na área de conhecimento de economia da saúde.
Os objetivos principais estabelecidos pelo CPES são: (1) promover a educação e a implementação de pesquisas em saúde no campo de economia e gestão em saúde; (2) gerar conhecimento de alta qualidade em economia da saúde para a tomada de decisão dos atores envolvidos no sistema de saúde brasileiro, em três áreas principais: educação, treinamento e pesquisa.
Para tanto, em 2000, criou o mestrado profissional em economia da saúde, com objetivo de instrumentalizar o corpo discente com métodos e técnicas que auxiliam no processo de gestão e tomada de decisão no sistema de saúde. Em 25/10/2001 a CAPES recomendou e credenciou esse mestrado profissional do CPES. Ao longo de sua existência foram elaboradas e aprovadas várias dissertações sobre a economia da saúde, possibilitando aplicação dos conceitos teóricos na realidade do sistema de saúde brasileiro.
A economia da saúde aborda fundamentalmente as seguintes questões: O que é saúde? Qual o seu valor? O que influencia a saúde além da atenção à saúde? Qual a demanda por atenção à saúde apresentada no país? Como ocorre a oferta de atenção à saúde? Quais os resultados que podemos obter de uma avaliação microeconômica (análises de: custo-minimização, custo-efetividade, custo-utility e custo-benefício); Quais os mecanismos de planejamento, orçamento, regulação e monitoramento utilizados nos sistemas de saúde; Como se processa a avaliação global do sistema de saúde?
Atualmente, com a aplicação de tecnologia no atendimento em saúde e com a necessidade de incrementar a utilização de recursos existentes na obtenção dos melhores indicadores de qualidade nos serviços, os métodos de avaliação usados na área de economia em saúde são fundamentais para planejamento do desenvolvimento, implantação e avaliação de sistemas computadorizados em saúde, seja o prontuário eletrônico, o ensino, o apoio ao diagnóstico e decisão clínica, bem como a gestão e segurança do paciente.