Comer não é um ato motivado apenas pelas necessidades biológicas, também estão envolvidos fatores sociais e psicológicos. O comportamento alimentar é influenciado pela família, religião, pelo acesso à informação e ao alimento, pelo valor agregado socialmente, tempo e praticidade, além da mídia que impõe, mesmo que sutilmente, padrões de beleza restritos e bem definidos.
Os aspectos emocionais influenciam muito a ingestão dos alimentos e muitos transtornos alimentares possuem um componente psicológico envolvido. Tanto o ato de comer impulsivamente quanto a recusa deliberada de comer são, na maioria das vezes, reflexos psicológicos que estão associados à forma como o indivíduo se relaciona e enxerga o próprio corpo, ao sentido que o alimento representa, à associação a sensações de prazer e recompensa, além da sensação de fuga proporcionada pela ingestão de alimentos palatáveis diante de sentimentos de ansiedade ou tristeza.
A ingestão de alimentos pode ser desencadeada por necessidades fisiológicas ou homeostáticas, mas também pode ser psicológica ou hedônica, sendo motivada por algum alimento específico (normalmente os ricos em açúcares e gorduras). A ingestão de alimentos motivada pelo aspecto hedônico, ou seja, o prazer associado ao ato de comer, pode ocorrer de forma a sobrepujar as necessidades fisiológicas. Há descritos transtornos alimentares distintos:
A bulimia se caracteriza por episódios repetidos de ingestão excessiva de alimentos num curto período de tempo. Geralmente o paciente o faz escondido das pessoas de seu convívio e tem a sensação de perda de controle, ocasionando a adoção de condutas perigosas para sua saúde, tais como provocar vômitos, uso de laxantes, realização de exercício excessivo e jejuns.
O Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica é caracterizado pela ocorrência de episódios de ingestão de grandes quantidades de alimentos, mas não há utilização de métodos compensatórios para evitar o ganha de peso.
Na anorexia o indivíduo apresenta um medo exagerado de engordar, deixando de se alimentar e lança mão de estratégias para evitar o balanço energético positivo como vômitos, utilização de laxantes, jejuns prolongados e dietas para perda peso. Os (as) anoréxicos (as) também apresentam uma imagem distorcida do seu próprio corpo e se sentem constantemente insatisfeitos com a sua aparência. Alguns sinais clínicos são baixo peso, ansiedade, depressão, irritabilidade e insônia . Este tipo de transtorno alimentar é muito comum na adolescência e é normalmente causado por excesso de expectativas criadas por familiares e pela sociedade quanto à busca por padrões pré-determinados.
Existem outros tipos de transtornos alimentares não tão comuns como a vigorexia, ortorexia e o picacismo.
Fique atento a alguns sinais que são comuns e que podem indicar que um (a) amigo (a) pode estar com algum desses transtornos:
- Preocupação excessiva com o peso, demonstrando medo exagerado em engordar e questionando frequentemente sobre sua aparência;
- Ingestão excessiva ou privação de alimentos/refeições;
- Sentir dor ou desconforto ao comer, sem origem física que justifique.
Fontes:
http://www.revistacontemporanea.org.br/site/wp-content/artigos/artigo77.pdf
http://www.portaldapsique.com.br/Artigos/Breve_visao_sobre_anorexia_e_bulimia.htm
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/108992/000949581.pdf;sequence=1
https://www.youtube.com/watch?v=N-pGLv-Ei00