Política de Combate ao Racismo foi aprovada no dia 13/10 e será implantada a partir de dezembro deste ano
Por Juliana Cristina
O Conselho Universitário da Universidade Federal de São Paulo (Consu/Unifesp) aprovou, na sessão do último dia 13 de outubro, a Política Carolina Maria de Jesus de Promoção da Equidade e Igualdade Étnico-racial, Prevenção e Combate ao Racismo na Unifesp, nome dado em homenagem a uma das escritoras mais importantes do país. A política será implementada a partir de dezembro de 2021 e representará a coroação de uma ação pioneira de combate ao racismo entre as universidades, iniciada em 2020.
Raiane Assumpção, vice-reitora e co-coordenadora do Comitê de Combate ao Racismo, afirma: “a aprovação desta política implica no fechamento de um ciclo e o início de outro no processo de reconhecimentos da existência do racismo institucional, de um posicionamento e ações das gestões no combate ao racismo e a defesa da equidade e igualdade racial; como também, de construções coletivas da comunidade acadêmica de proposições para o existir da universidade”.
Com diretrizes e princípios admitidos em março deste ano, a política recém-aprovada apresenta, neste momento, avanços e definições importantes para sua implantação. “Agora a política criou corpo, definiu-se uma institucionalidade a ela e um local na gestão que depende da mudança pré-aprovada na Prae [Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis/Unifesp], a qual mudará sua concepção, nome e, nela, serão criadas algumas novas instâncias, como a Diretoria de Políticas Afirmativas, além da Coordenadoria de Equidade Étnico-racial e Câmara Técnica de Equidade Étnico-racial. Também haverá núcleos em todas as unidades universitárias, de forma a descentralizar, capilarizar e corresponsabilizar toda a comunidade pela implementação dessa Política”, ressalta Andrea Rabinovici, coordenadora do Comitê de Combate ao Racismo.
A política, criada com base histórica e epistemológica, tem como propósitos fundamentais a contribuição com a Política de inclusão étnico-racial institucional e social de forma efetiva; o desenvolvimento de práticas de interferência no desenvolvimento científico, social e humano dentro e fora da universidade; e a potencialização da formação e qualificação pessoal e profissional, preservando a excelência acadêmica.
A ação está alinhada ao Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI/Unifesp 2021-2025), e foi apresentada pelo Comitê de Combate ao Racismo, coordenado pelas professoras Raiane Assumpção, Andrea Rabinovici e Hosana Santos, e composto por um membro titular e um suplente da Reitoria, Pró-reitorias, Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (NEAB), Cátedra Kaapora, Congregação e/ou Diretoria das Unidades Universitárias (Docentes, TAEs e Estudantes com experiência e interesse no tema) e entidades de classe da Unifesp (Adunifesp, Sintunifesp, APG, Amerepam, Aremulti e DCE). “Em média, 50 pessoas participaram e colaboraram com a construção da política, e as reuniões foram muito participativas, sendo representativas de todas as categorias e campi. Além disso, na reunião de aprovação, contamos com a participação da reitora das gestões anteriores, Soraya Smaili, que fez questão de vir para ver coroada a política iniciada em sua gestão, a qual foi aprovada por aclamação!”, finaliza Rabinovici.