A instalação Afetos movem, movimentos afetam... resultou da experiência dos alunos da unidade curricular eletiva Arte e Arquitetura: Diálogos e Dissonâncias II, ministrada pelas professoras Leticia Coelho Squeff e Manoela Rossinetti Rufinoni, do Departamento de História da Arte da EFLCH-Unifesp no segundo semestre de 2018. A instalação apresentou diferentes percepções do deslocar-se e do transitar no espaço urbano, a partir dos percursos realizados até o Campus Guarulhos da Unifesp. O ir e vir faz parte da rotina de vários alunos, incluindo aqueles que moram próximo à universidade, que no mínimo vivenciam os efeitos desse deslocamento. Nessas múltiplas trajetórias, todos são afetados pelos espaços aos quais seus corpos são submetidos e pelo trânsito contínuo entre um e outro, em que nenhuma paisagem parece se fixar por muito tempo. Mas se estes espaços são vivenciados sob o fluxo constante do ir e vir diário, na universidade eles se convertem em permanência, constituindo um lugar de construção ou consolidação de afetos. É nesta dualidade de experiências que a exposição/instalação se estruturou: duas projeções que jogam com a relação de movimento e afeto. De um lado, o fluxo contínuo e ininterrupto de imagens que ecoa aquele dos trajetos feitos por alunos, professores e técnicos. De outro, o espaço de luta que nos une, nos alimenta, que concretiza nossos sonhos e projetos e que permanece em nós: o Campus Guarulhos. As fotografias, por sua vez, lançam um olhar sobre a vivência destes percursos, seja apresentando visões subjetivas da cidade, dos meios periféricos aos centrais, seja tematizando imageticamente o próprio movimento urbano e os veículos e lugares que o mediam.
Uma universidade que é hoje realidade, que depois de muita luta, conquistou sua permanência. Um entre-lugares, para maioria de nós, nunca tomado como ponto definitivo de chegada ou de partida, mas que permanece memória afetiva de cada um.
Afetos movem, movimentos afetam... convocou seu observador a um olhar desprevenido, afetar-se e deslocar-se no jogo de imagens: transitórias(fluxos) e estáveis(campus). A proposta da exposição não se encerrou nas imagens fotográficas (aqui postadas), pois continuou e continua seu deslocamento através do cartão-postal, um meio de comunicação simples e barato, que permite visibilizar novas paisagens urbanas das nossas trajetórias, construindo novos afetos e conexões a cada viagem realizada e ocupando um lugar em espaços de recordação. Vale lembrar que durante a visita da exposição, montada em frente ao auditório do campus Guarulhos, o público escolhia uma das fotografias, então reproduzida em formato de cartão-postal, que seria enviada via correio, depois que o visitante deixava seu endereço ali registrado.
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