A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) se reuniu na manhã do último dia 26 de fevereiro com a Subprefeitura de Itaquera, Secretarias de Educação e de Negócios Jurídicos e com movimentos sociais da Zona Leste para discutir o andamento das obras que ocorrem no terreno onde será instalado o novo campus da instituição. Também participou da reunião a empresa contratada para a elaboração do projeto executivo local.
Iniciando a reunião, a reitora da Unifesp, Soraya Smaili, falou aos presentes sobre os constantes encontros que a instituição vem mantendo com a Prefeitura de São Paulo (PMESP), Ministério da Educação (MEC) e movimentos sociais, com o intuito de acelerar a liberação do terreno para o uso. A reitora explicou também que a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) autorizou a reforma do prédio existente no local, que já está em fase adiantada e é realizada em parceria com a Prefeitura. No entanto, a instituição aguarda a autorização para trabalhar no restante do terreno. “Enquanto aguardamos a liberação pela Cetesb, formulamos o projeto político-pedagógico dos cursos e o MEC se comprometeu a conseguir vagas de docentes e servidores técnico-administrativos para o campus”, disse Soraya.
A reitora falou também a respeito dos projetos de extensão que já funcionam na Zona Leste e dos que poderão funcionar no local, após a liberação completa. “Além dos cursos de graduação, poderemos ter uma unidade da Universidade Aberta à Pessoa Idosa (UAPI), além de um polo da Universidade Aberta do Brasil (UAB) e de aulas de português para refugiados, nos moldes do MemoRef (projeto do campus Guarulhos)”. Soraya, porém, ressaltou que a viabilização dos projetos dependem de investimentos.
O representante da Secretaria de Negócios Jurídicos da PMESP, Thiago Rossi, explicou que o projeto de desapropriação e cessão do terreno à Unifesp ainda está em curso, mas que depende da avaliação do valor de compra, que será feita pela prefeitura. “O levantamento dos passivos ambientais é que vai definir o quanto a prefeitura irá gastar com o terreno”. Rossi afirmou também que o setor jurídico da PMESP deu parecer favorável à cessão.
Sobre a contaminação do terreno, o pró-reitor Adjunto de Planejamento, Pedro Arantes, explicou que o local que passa por reformas já foi liberado pela Cetesb e a universidade já tem a identificação de quais áreas estão contaminadas e o que deve ser feito em cada uma delas. “Quando digo que precisamos de um documento de 90 anos e outro imediato, o imediato é autorização de uso do prédio reformado para extensão universitária”, disse Arantes. Ele solicitou também à subprefeitura apoio para a montagem da cabine primária de energia do campus e a contratação de vigilância para o local.
O subprefeito de Itaquera, Mauricio Martins, afirmou que, quanto maior o número de secretarias municipais envolvidas no processo, mais rápida será a solução do caso. Martins reforçou que a subprefeitura está à disposição para ajudar, mas que depende de autorização da prefeitura, responsável pelo local.
Representando o Secretário Municipal de Educação, Gabriel Chalita, o chefe de gabinete da pasta, Marcos Rogério de Souza, explicou que a prefeitura trabalha no intuito de equacionar os investimentos na educação do município e zerar a fila de espera de vagas na pré-escola. Porém, a pedido do prefeito Fernando Haddad, a pasta está acompanhando o processo de liberação do terreno. “Sabemos que há problemas de pactuação de vagas e falta de recursos e, por isso, a Secretaria de Educação atua para a viabilização do campus”, disse Souza.
Por fim, o líder do movimento social pela implantação da Unifesp na Zona Leste, Padre Ticão, sugeriu que a universidade agendasse uma audiência com o Fernando Haddad para aceleração do processo de liberação do terreno.