Da esq. p/ a dir.: Thiago Andrade Gonçalves, Pedro da Silva Oliveira e Anderson Kazuo Nakano (fotos: arquivo pessoal)
Por Alexandre Milanetti
Neste mês de abril, com coordenação do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), o Instituto Lula divulgou o resultado do Concurso Nacional de Ideias Outros Futuros são Possíveis - “Territórios e Cidades Democráticas”, que teve como objetivo selecionar projetos, planos, ensaios e estudos propositivos e representativos que contribuam para o desenvolvimento social brasileiro, por meio da construção democrática de cidades social e ambientalmente justas.
Entres os cinco vencedores do concurso está o ensaio “Intensificação da Participação Popular na Gestão Urbana da Cidade de São Paulo: Uma Proposta Inspirada na Lei e Programa de Fomento à Cultura da Periferia”, de autoria de uma equipe vinculada ao Instituto das Cidades (IC) do Campus Zona Leste da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Essa equipe do IC/Unifesp foi composta pelo professor Anderson Kazuo Nakano, pelo graduando em Geografia Thiago Andrade Gonçalves e por Pedro da Silva Oliveira, pós-graduado em Cidades, Planejamento Urbano e Participação Popular e também um dos criadores do coletivo Cine Campinho em Guaianases, Zona Leste da cidade de São Paulo.
Segundo o professor Nakano, a concepção do ensaio se deu em função da “necessidade de intensificar a democratização dos processos de gestão da cidade de
São Paulo, principalmente com a inclusão dos inúmeros ‘sujeitos periféricos’, conforme concepção do professor Tiaraju Pablo D’Andrea, nas tomadas de decisões que afetam o futuro da sociedade paulistana. Nesse sentido, propomos incluir esses sujeitos na elaboração de estudos sobre as diversas realidades dos territórios periféricos, bem como na formulação e implementação de planos, programas, projetos e ações coletivas que promovam o desenvolvimento socioespacial desses territórios cujos agentes políticos, econômicos e culturais detêm saberes, vivências e experiências dinâmicas que são fundamentais para o aperfeiçoamento do planejamento e da gestão da cidade de São Paulo de modo a superar o tecnocratismo existente”.
Para o professor e pesquisador da Unifesp, estar entre os vencedores do concurso coordenado pelo IAB representa “o reconhecimento de que o Instituto das Cidades do Campus Zona Leste precisa urgentemente ser construído em toda a sua plenitude para que as inegáveis potencialidades dos seus alunos, técnicos e professores tenham todas as condições para se realizarem e se multiplicarem nas mais diversas esferas do conhecimento teórico e prático”.
Entidade quase centenária, o Instituto de Arquitetos do Brasil foi fundado em 1921 e constitui-se de um coletivo que debate e produz ações de referência sobre as políticas de habitação, de saneamento, ambiental, urbanísticas, de ordenamento territorial e de preservação do patrimônio cultural, desenhadas a partir do reconhecimento da dignidade humana em uma visão política de equidade, cidadania e respeito ao meio ambiente. O IAB é uma entidade sem fins lucrativos, de livre associação e presente em todas as regiões do país por meio de seus departamentos estaduais.