Impacto da pandemia na juventude é estudado pela Unifesp

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Pesquisa analisa o impacto da covid-19 em estudantes a partir da relação com a escola e saúde mental

Por Tamires Tavares

O papel da escola no contexto da pandemia e as vulnerabilidades dos estudantes moradores de periferias são temas de pesquisa realizada por docentes da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em parceria com o Coletivo Brigadas Pela Vida. O projeto Juventude Sem Máscara discute a vivência de alunos(as) entre 13 a 18 anos, matriculados(as) no 9.º ano do ensino fundamental e no ensino médio em escolas públicas das cidades de Guarulhos e São Paulo.

A equipe de pesquisadores(as) multidisciplinares – professores(as) da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH/Unifesp) - Campus Guarulhos e Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) - Campus São Paulo e professores(as) da educação básica – reuniu dados da parcela de estudantes que passam por experiências de mudanças que expandem seus ambientes de sociabilidade, como ingresso no ensino médio e ensino superior, e que impactam a renda familiar, como busca pelo primeiro emprego.

"Jovens passam por fenômeno que é multidimensional, envolvendo formas de inserção no mercado de trabalho, no que diz respeito à renda, mas não só isso; também trata-se do acesso a políticas públicas, questões de saúde mental, desvantagens em termos educacionais, etc. Podemos pensar, aqui, até mesmo em ‘vulnerabilidades’, no plural", elucida Andrea Slemian, docente do Departamento de História da EFLCH/Unifesp e uma das responsáveis pelo projeto.

Os dados, que demonstram as desigualdades no sistema educacional, serão utilizados em discussão de questões pertinentes ao momento, como a evasão escolar, e servirão de base para preparação de material político-pedagógico para os núcleos participantes da pesquisa.

O projeto também se propõe a dar visibilidade ao papel social dos profissionais da Educação durante a quarentena. Em sua página no Facebook são divulgados relatos de educadores(as) das escolas parceiras. "A escola é local dos professores e gestores, que muito trabalharam e planejaram esse processo, apesar da falta de escuta pelas autoridades nos momentos mais importantes", afirma Slemian.