Religião e Poder na África Contemporânea: evento sobre história do Sudão discutiu cidadania e fé

Fonte: G1

Professora de História da África da Unifesp, Patrícia Teixeira Santos discutiu a importância das religiosidades africanas e o desafio da cidadania para os povos africanos e afro-brasileiros.

A conferência "Religião e Poder na África Contemporânea", que relata a história do Sudão, realizada no último dia  7 às 19h. O país, que faz fronteira ao norte com o Egito, enfrenta uma guerra que mata mais pessoas do que a guerra da Ucrânia (entenda mais abaixo).

Fruto da pesquisa da Patrícia Teixeira Santos, professora de História da África da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a atividade teve o objetivo de enfatizar a importância do estudo das religiosidades africanas atualmente e o desafio da cidadania para os povos africanos e afro-brasileiros.

O evento aconteceu presencialmente na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), no campus Cachoeira, e a transmissão do evento pode ser visalizada  através deste link, da TV UFRB.

Organizada pelo professor Marco Antônio Nunes Silva, a reunião também contou com apoio da UFRB, UNILAB, Unifesp, e foi mediada pelo professor Nuno Falcão, da UNILAB.

Guerra e crise humanitária

O Sudão é governado por uma junta de generais desde outubro 2021, quando militares deram um golpe de Estado. Eles tomaram o poder após prender o então primeiro-ministro interino, Abdallah Hamdok.

Os generais, então, iniciaram uma disputa sangrenta, fazendo eclodir uma guerra que completou 100 dias de duração no fim de julho. Até agora, segundo dados da agência de refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU), são mais de 2,6 milhões de pessoas deslocadas dentro do país e pelo menos 730 mil refugiadas em países vizinhos.

O conflitou levou o país a uma profunda crise econômica, somada a uma crise humanitária.

Além da violência, segundo dados da com a ONU, mais de 80% dos hospitais estão fora de serviço e 2,5 milhões de pessoas podem vir a passar fome. Se esse cenário se concretizar, serão 19 milhões de famintos, o que equivale à 40% da população do país.

O difícil acesso aos alimentos, água potável, energia elétrica e serviços de saúde está fazendo emergir doenças que até então estavam sob controle, como malária, sarampo e dengue.