O objetivo deste debate é discutir o acesso aos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário na América Latina correlacionando-os ao período pandêmico da Covid-19.
O saneamento básico é entendido como a constituição das formas de intervenção e interação, segundo os padrões de desenvolvimento de cada momento com o ambiente, refletindo na qualidade da vida e na saúde das pessoas, os quais devem ser compreendidos e analisados no tempo em que se alicerçam e sobre os quais se constroem suas premissas, à luz das dinâmicas da sociedade, já que é continuamente adequada ao meio ambiente real (SOUZA et.al, 2015, 14-20; HESPANHOL, 2006, 286). Neste sentido, a falta de acesso aos serviços por larga parcela da população latino-americana, resultado da construção histórico-social das desigualdades sob as mais variadas formas (regionais, de renda, gênero, etnia, escolaridade, de acessos a direitos básicos etc.), reengendram ciclos reprodutivos da problemática, e, pior, reengendra processos de exclusão para os já destituídos de direitos fundamentais (SANTOS, 2022, 34). Entre os problemas crônicos está a simples falta de acesso a banheiros (muitas vezes para unicamente lavar as mãos, inclusive em escolas infantis), por exemplo. Sob esta conjuntura, a pandemia agravou ainda mais a situação e temas como formas de difusão de enfermidades analisadas pela ¿biogeografia¿; possíveis contaminações de cursos d¿água e do solo por necrochorume associados à carência no acesso amplificam a problemática. Quais os impactos, os desafios e as perspectivas? É sobre estes temas que esta mesa pretende ser debruçar e refletir. A organização é da Rede Interdisciplinar de Estudos sobre Gestão da Água (Riega) e do Laboratório de Estudos Interdisciplinares e Análises Sociais (Leia-MQuant-Unifesp).A mesa-redonda, ademais, integra as atividades da Cátedra Sustentabilidade e Visões de Futuro da Unifesp. Os inscritos terão direito a certificado de participação.