O NIT e a formação de jovens inovadores
O Conselho Universitário (Consu) da Unifesp está avaliando uma proposta muito bem elaborada que visa consolidar o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) da nossa universidade. A apresentação da proposta está disponível na webpage do Consu: http://www.unifesp.br/images/docs/consu/Apresenta%C3%A7%C3%B5es%20e%20Relat%C3%B3rios/NIT_Consu.pdf
Segundo a Lei da Inovação (lei 10.973) são competências dos NITs:
“(..) I - zelar pela manutenção da política institucional de estímulo à proteção das criações, licenciamento, inovação e outras formas de transferência de tecnologia;
II - avaliar e classificar os resultados decorrentes de atividades e projetos de pesquisa para o atendimento das disposições desta Lei;
III - avaliar solicitação de inventor independente para adoção de invenção na forma do art. 22;
IV - opinar pela conveniência e promover a proteção das criações desenvolvidas na instituição;
V - opinar quanto à conveniência de divulgação das criações desenvolvidas na instituição, passíveis de proteção intelectual;
VI - acompanhar o processamento dos pedidos e a manutenção dos títulos de propriedade intelectual da instituição.
(...)”
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.973.htm
Por que a inovação tecnológica e a transferência de tecnologia são importantes? O desenvolvimento econômico e social do Brasil passa pela estruturação e crescimento do seu setor produtivo por meio de novos produtos e/ou processos, ou seja, por meio da inovação. No trabalho "Estado e inovação. Políticas de incentivo à inovação tecnológica. Brasília: Ipea (2008)” de Mario Sergio Salerno e Luis Claudio Kubota, é apresentado um estudo detalhado sobre, por exemplo, a relação inovação/salário. Destacamos um pequeno, porém didático trecho
“Assim, chegou-se ao seguinte resultado: se duas empresas forem parecidas, e uma delas inovar e diferenciar produtos e a outra não diferenciá-los e tampouco obter produtividade menor, a primeira tenderá a pagar salários 23% maiores do que os pagos pela segunda. Em outras palavras: o efeito líquido da inovação e da diferenciação de produtos sobre os salários é de 23% se comparado ao das empresas que não diferenciam produtos e têm produtividade menor, e de 11% se comparado àquele das empresas especializadas em produtos padronizados (Bahia e Anbache, 2005)”
Recomendamos uma leitura atenta desse trabalho que demonstra a importância da inovação para a geração de emprego e renda no país.
E o que temos a ver com isso? Dado que um dos pilares do ICT-Unifesp é ser parte do Parque Tecnológico de São José dos Campos (ParqueTec), e assim ter uma relação de cooperação com o setor produtivo de base tecnológica presente no ParqueTec, ter o apoio de um NIT robusto é condição necessária para que o nosso instituto contribua com o desenvolvimento de novos produtos e/ou processos a partir de pesquisas científicas de excelência, mas, principalmente, com a formação, em escala, de jovens profissionais de ciência e tecnologia aptos a inovarem, induzirem e também trabalharem com a gestão da inovação. Para aprender a inovar, nada como trabalhar com que inova em empresas de base tecnológica. Assim como para aprender a fazer ciência, é preciso trabalhar com cientistas (iniciação científica). Essa é uma missão estratégica e viável do ICT-Unifesp. Por isso apoiamos o NIT-Unifesp e a proposta em discussão no Conselho Universitário.
Leduíno
23/09/2015