Zona Leste marca presença no ato em defesa do Instituto da Cidades/Unifesp

Moradores, movimentos sociais da região e a comunidade universitária solicitam a implantação definitiva do campus

Por Juliana Narimatsu

No último dia 11 de agosto, o Campus Zona Leste da Unifesp recebeu moradores, movimentos sociais da região e a comunidade universitária, para ato em defesa da implantação definitiva do Instituto das Cidades. A ação teve como objetivo alertar sobre os cortes orçamentários que atingem a instituição e comprometem o andamento da expansão do ensino superior público.

Inaugurado em 2016, o Campus Zona Leste abriga atualmente um prédio onde funcionam diversas atividades de extensão e cultura. O futuro Instituto das Cidades terá como tema central as cidades e os assentamentos humanos nos mais diversos contextos e situações – desde mobilidade até desafios da gestão integrada de metrópoles, por exemplo. Nele serão oferecidos cursos de graduação em Administração Pública, Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Ambiental e Sanitária, Engenharia Civil e Geografia (Licenciatura e Bacharelado) (saiba mais no seu projeto pedagógico).

“Estamos passando por um momento bastante delicado. Já existe um projeto pedagógico desse campus aprovado, já possuímos quatorze docentes trabalhando e cursos de extensão ocorrendo. Contudo, estão faltando recursos para a implantação definitiva do campus e início dos cursos de graduação”, pontuou Tiarajú Pablo D’Andrea, docente do Campus Zona Leste.

Gabriel Khoury, representante do Cursinho Popular Baobá do Campus Zona Leste e do Movimento Vamos, reforçou o significado do evento para os estudantes. “Nós achamos muito importante esse momento, pois é a luta pela expansão da educação pública e gratuita e pelos nossos direitos. Essa universidade é isso: a representação da luta e da demanda do povo da região”.

“A nossa presença, aqui, representa o papel da universidade, bem como da educação em todos os seus níveis, que é estratégico para o desenvolvimento dessa região e do nosso país. A razão central de existir Ciência, Tecnologia e Educação é de melhorar a qualidade de vida dos brasileiros”, colocou o vice-reitor Nelson Sass.

Christiane Gomes, do União dos Movimentos de Moradia/Sem Terra Leste 1, mostrou que essa ação traz consequências positivas para todos os cidadãos. “A luta da Unifesp na Zona Leste é significativa para nós, já que nos abriu oportunidades para voltarmos a estudar, e também para nossas crianças, que terão a chance de entrar no ensino superior. Eu tenho medo do meu filho crescer e não poder estudar aqui. Por isso, temos que brigar, juntos, pelo futuro deles, garantindo uma universidade de qualidade para a Zona Leste”.

Durante o ato, os presentes realizaram uma caminhada da entrada do campus até o prédio de extensão. Houve ainda um abraço simbólico e apresentações de artistas populares da Zona Leste. Também estavam no evento: docentes, discentes e técnicos administrativos em educação da Unifesp, líderes comunitários da Zona Leste, outras organizações e movimentos institucionais e sociais (Arte Maloqueira, Associação dos Docentes da Unifesp, Associação dos Moradores do Jardim Helian, Associação de Pós-Graduandos da Unifesp, representantes do Diretório Central dos Estudantes da Unifesp, Cine Campinho, Coletivo Democracia Corinthiana, representante do Espacio de La Memoria y Derechos Humanos Ex-D2 de Mendoza/Argentina, Frente Itaquera Sem Medo/Centro de Estudos Periféricos, Juventude União dos Movimentos de Moradia/SP, Movimento Cultural das Periferias, Movimento Nossa Itaquera, Movimento Popular pela Retomada das Obras do CEU, Movimento de Saúde da Zona Leste, Rede das Culturas da Zona Leste Paulistana, União Brasileira das Mulheres) e diversos políticos.