Grupo de Trabalho Perus

 

O Grupo de Trabalho Perus foi criado em 2014 com o objetivo de fazer a análise das 1.049 caixas com remanescentes humanos que foram encontrados na Vala de Perus. O trabalho visa identificar 41 desaparecidos políticos cujas histórias indicam que foram colocados nesse local, nos anos 70, como modo de encobrir as graves violações de direitos humanos dos governos militares. Atualmente no CAAF acontecem os processos de limpeza dos remanescentes humanos, análise antropológica e coleta de amostras ósseas para exames genéticos. Com uma equipe multidisciplinar, temos dialogado com uma postura inclusiva muito presente na Antropologia Forense Latinoamericana. Neste projeto buscamos por pessoas desaparecidas, buscamos histórias, memórias, dignidade. Buscamos reconstruir um pedaço da história de nosso passado recente. Para que não se esqueça. Para que nunca mais aconteça.
 
A pesquisa se desenvolve mediante parceria com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), hoje Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MDH) e com a Secretaria Municipal de Direitos Humanos (SMDH), da Prefeitura de São Paulo, através de um Acordo Técnico de Cooperação (ACT).
  
 

Novo acordo de cooperação para análise dos remanescentes ósseos da Vala Clandestina de Perus

 
Desde 2014, com a criação do Centro de Antropologia e Arqueologia Forense na Universidade Federal de São Paulo (CAAF/Unifesp), os remanescentes ósseos da Vala Clandestina de Perus começaram a receber o tratamento de um trabalho forense com vistas à identificação de possíveis desaparecidos políticos da ditadura militar (1964-1988).
 
Essa iniciativa ocorreu por demanda e pressão dos familiares de desaparecidos políticos e em resposta à Ação Civil Pública, que corre no 3o. Tribunal Regional Federal, de responsabilização do Estado brasileiro e da Prefeitura de São Paulo pelos trabalhos de identificação humana no caso.
Por meio da criação do Grupo de Trabalho Perus (GTP), e com apoio de especialistas forenses do Brasil e do exterior, com o acompanhamento da sociedade e dos familiares de desaparecidos, em particular, a Universidade Federal de São Paulo assumiu a condição de apoio técnico. As três instituições, mediante Acordo de Cooperação Técnica (ACT), e com a coordenação da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), desenvolveram protocolos e modos de gestar o trabalho.
 
Em janeiro de 2018 foi confirmada a identificação dos remanescentes ósseos de Dimas Antônio Casemiro (desaparecido após ser preso pelo Doi-Codi/SP, em abril de 1971, aos 25 anos de idade). Em seguida, em dezembro de 2018, foi anunciada a identificação de Aluísio Palhano Pedreira Ferreira (desaparecido após ser preso pelo Doi-Codi/SP, em maio de 1971, aos 49 anos de idade).
 
A partir de janeiro de 2019, uma série de ataques e desmonte nas políticas de memória e verdade do Estado brasileiro capitaneadas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro praticamente paralisou os trabalhos de análise no CAAF/Unifesp. Houve a contestação sobre o trabalho, a desqualificação da importância da identificação dos desaparecidos e a negação da história de violência da ditadura. Logo em abril de 2019, foi extinto o Grupo de Trabalho Perus (GTP) e, em 2022, foram encerrados os trabalhos da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP).
Neste momento, foi assinado um novo Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre o Estado brasileiro, por meio do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, a Prefeitura de São Paulo, através da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, e a Universidade Federal de São Paulo, através do Centro de Antropologia e Arqueologia Forense. 
 
A isso se soma a reconstrução da CEMDP (agosto de 2024), fortalecendo os trabalhos de busca dos desaparecidos políticos.
A partir do dia 02 de setembro de 2024, se fortalecem os trabalhos de análise dos remanescentes ósseos da Vala Clandestina de Perus com o compromisso de buscar a verdade dos fatos e contribuir para a memória daqueles que foram vítimas da violência de um Estado ditatorial.
 
 
 
 
 
 
Equipe Antemortem (2014-2018) Equipe Post-mortem (2014-2019) Equipe Rotativa (2014-2019)
Ana Paula Moreli Tauhyl Aline Feitoza de Oliveira Alexandre Raphael Deitos
Felipe Faria Quadrado Ana Paula Velloso Andersen Liryo da Silva
Luana Antoneto Alberto André Strauss André Ricardo Meinick
Márcia Lika Hattori Candela Martinez
Cláudia Rodrigues Carvalho
Rafael de Abreu e Souza Douglas Mansur
Cláudia Regina Plens
Isabela Maya Fátima Maria Guimarães
Jacob Gelwan Franco Mora Félix
Mariana Inglez dos Reis Ivana Wolff
Maria Ana Correa João Pedro Pedrosa Cruz
Marina da Silva Gratão José Pablo Baraybar
Marina Nogueira Di Giusto Juliana Gomez Mejía
Patrícia Fischer Letícia Sobrinho
Talita Máximo Luciane Zenenga Scherer
Maria Enríquez Silva
Marcos Paulo Machado
Marcos Tadeu Ellery Frota
Mariana Segura
Oscar Loyola
Patrícia Bernardi
Pedro Henrique Emerick Corrêa
Roxana Enríquez Farias
Samuel Teixeira Ferreira
Sângelo André Ribeiro Abreu
Talita Lima de Castro Espicalsky
Valeska Martínez Lemus
Verônica Wesolowski de Aguiar e Santos