Espetáculo musical teatral “Pompéia-Vila Mariana”

APRESENTAÇÃO

“Pompéia-Vila Mariana” é um show com 11 canções que, em conjunto, contam uma história. Foi francamente inspirado em trabalhos de Lou Reed e David Bowie. A vontade de homenageá-los não é recente, mas ganhou novos contornos com a abertura dos editais emergenciais PROAC Lab 2020.

No show com temática LGBTQIA+, o narrador conta a história de como conheceu Ronie, um garçom que aspira ser músico, como se apaixonaram, viveram dias intensos entre festas, álcool e drogas, e de como Ronie desaparece de sua vida, imerso em melancolia e dor.

O micro cosmo romântico (a relação de amor entre dois homens) com fim trágico, ecoa no macro. Se o Brasil, com suas relações socioeconômicas colonialistas, dificulta a ascensão social de um homem da classe operária, tudo fica pior num momento em que o país amplia suas desigualdades graças ao caos político e econômico em que nos metemos. O particular e o coletivo se misturam nas letras das canções que constroem o novelo narrativo desse drama urbano repleto de frustração e impotência.

O show tem um clima de filme "noir", pouca luz, muita bebida e fumaça, e tem inspiração nos antigos “álbuns conceituais”, com um enredo cujo ápice se dá com o suicídio por enforcamento de seu protagonista oculto. 

Apesar da teatralidade, não há um único texto fora das canções que compõem o show musical.

O show foi financiado pelo PROAC Expresso LAB de 2020, fez uma temporada on-line e agora, depois do relativo sucesso e do retorno positivo da temporada, pretendemos viabilizar sua circulação por algumas cidades do estado de São Paulo.

O circuito escolhido foi o dos Campi da UNIFESP (Vila Clementino, Pimentas, Osasco e Diadema), onde Eliseu Paranhos (o autor e diretor do show) foi professor durante 6 anos e entidade com a qual mantém laços. A ideia é alcançar o público universitário e os entornos, notadamente dos Campi de Osasco, Guarulhos e Diadema, próximos demais de São Paulo para serem pouco contemplados com cultura "in-loco" e distantes o suficiente para serem parcialmente "esquecidos".

A seguir será possível ter maiores detalhes sobre o show.

SINOPSE

Como qualquer álbum conceitual, “Pompéia - Vila Mariana”, constroi o enredo através das canções. Assim, o show começa com “As Ladeiras da Pompéia”, música que estabelece o cenário físico e emocional em que a ação inicial se passa, descrevendo o bairro com sua beleza trágica: “Sobe poesia, desce miséria, nas ladeiras da Pompéia”, diz o refrão.

Em “O violão de quatro cordas”, o narrador conta como conheceu Ronie, enquanto esse tocava violão de madrugada. “O amor me Colheu”, descreve o amor nascendo, com o narrador vivendo um transe.

“A descoberta do mundo”, quarta canção do show, conta como a dupla passas a frequentar o universo artístico da cidade, com suas festas regadas a drogas, álcool e loucura.

“A demissão” fecha o “lado A” do álbum-show. Ronie é demitido de seu emprego e as grandes expectativas criadas por ambos para aquela relação, começa a desandar.

O “lado B” é aberto com a canção “A mais valia”, que descreve como pessoas pobres tem poucas perspectivas de se dedicarem a profissões criativas, uma vez que se espera
delas que sejam vassalos de classes mais abastadas.

Numa virada estética, a partir daqui as canções são harmônica e poeticamente mais simbolistas. No blues “O roubo do baixo”, o narrador parece um personagem de filmes “noir” anunciando que foi abandonado pelo amante, que levou junto seu baixo. Em “Os olhos azuis de Kurt Cobain”, o narrador narra o último encontro com Ronie, em que percebe no discurso do ex-amante um tom melancólico que lembra Kurt Cobain.

“O Enforcado” anuncia, de forma bastante surrealista, o enforcamento de Ronie, com o narrador tentando, a todo custo, fugir de seus próprios fantasmas, que inclui o sentimento de culpa pela morte de Ronie.

 “A Memória” descreve a relação do narrador com a única foto que lhe restou dos ex-amantes juntos. Com a dor, a frustração e o medo de repetir o caminho de Ronie.

Por fim, “A Vila Mariana”, fecha o show com um “rap” em que o narrador traça uma relação direta entre o fim de Ronie e os caminhos autoritários do país, com as “varandas gourmets” da Vila Mariana aplaudindo a perigosa ultra direita em ascensão.

PARCERIA COM A UNIFESP

Nossa proposta é apresentar o show ao vivo nos Campi da Vila Clementino, Pimentas, Osasco e Diadema, dois shows em cada lugar, em dias e horários a serem definidos em comum acordo com a universidade (pode ser parte da recepção aos calouros do próximo ano ou em outras datas. Caso o projeto seja aprovado pelo PROAC-Edital Circulação de Música, da secretaria de cultura do estado de São Paulo, caberia à UNIFESP apenas a cessão dos espaços e divulgação interna dos eventos.

Em função dos temas abordados, nos propormos a realizar debates após cada seção do espetáculo, podendo, para tal, criarmos um comitê multidisciplinar para debater as questões levantadas.

Como o espetáculo está pronto (só precisa ser reensaiado), a melhor forma de conhece-lo é assistindo ao mesmo. Segue o link: https://youtu.be/36rQDAOViBE

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