O projeto foi selecionado para compor um amplo projeto temático "Responsabilidade de Empresas por violações de direitos durante a ditadura militar" desenvolvido pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) sediado no CAAF- Centro de Antropologia e Arqueologia forense e financiado a partir de uma indenização paga pela fabricante de automóveis Volkswagen, após investigações do Ministério Público Federal mostrarem que a empresa foi cúmplice da repressão exercida pelo regime militar.
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Os professores Claudia Moraes de Souza e Murilo Leal Pereira Neto, coordenadores do projeto, se alinham a aproximadamente outros 50 pesquisadores de todo o país que juntos atuarão em investigações históricas. Além da COBRASMA, serão investigadas outras empresas como a Folha de São Paulo, a Petrobrás, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a Itaipu Binacional, a Cia Docas de Santos.
Os docentes responsáveis pela pesquisa agregarão à equipe pesquisadores juniores da EPPEN, em nível de Iniciação Científica, abrindo oportunidades para a formação em pesquisa. Como resultados finais do projeto objetivam apresentar organização de documentos que servirão como base para registro histórico, organização e coleta de testemunhos relacionados às suspeitas de envolvimento da empresa com a repressão, um relatório oficial com os resultados gerais, a criação de um site sobre o projeto, um livro e um documentário, a partir dos testemunhos e dados obtidos.
Para os pesquisadores Claudia Moraes e Murilo Leal o projeto representa uma oportunidade para a elucidação de acontecimentos ocorridos durante a ocupação da cidade de Osasco durante a ditadura civil-militar colaborando no resgate histórico do papel de empresários e empresas e outras entidades que atuaram diretamente na violação de direitos humanos, assim como, proporcionar o necessário debate acerca da Justiça de Transição e seus preceitos de direito à memória, verdade e restituição de direitos.