O livro é o resultado de uma reflexão coletiva de professores do Laboratório de Estudos Interdisciplinares e Análises Sociais (LEIA) da UNIFESP e seus convidados, acerca do bicentenário da independência.
Partindo da pergunta central - nos 200 anos da independência política do Brasil, o que comemorar ou celebrar? Historiadores e cientistas sociais enfrentaram a polêmica dos males atávicos das grandes comemorações e elaboraram um conjunto de reflexões a partir da ciência histórica e do pensamento nacional brasileiro acerca de temas fundamentais: a democracia, a desigualdade social e pobreza, e o modelo econômico historicamente concentrador.
Num exercício reverso das rememorações utilitárias do passado nacional, a proposta de revisitar 200 anos da independência do Brasil neste livro, comportou a retomada de construções e desconstruções da trajetória econômica, política e sociocultural brasileira que apontam para a compreensão da dimensão dinâmica da realidade brasileira no presente em suas possibilidades de permanências ou mudanças históricas.
A proposição foi a de refletir sobre experiências históricas que podem apontar para os problemas estruturais dos dramas, tragédias e farsas da consciência histórica do Brasil-Nação. Reabrir o debate acerca de questões centrais relativas às perspectivas da democracia brasileira, à trajetória do desenvolvimento e das desigualdades, assim como às questões da soberania nacional e relações internacionais. As reflexões conduzidas perpassam pelos temas centrais da construção democrática, que torna possível a superação das injustiças, dramas e conflitos permanentemente abertos na sociedade brasileira.
Segundo os organizadores, como o leitor poderá perceber os desafios são gigantescos e as soluções difíceis, mas não impossíveis, se acreditarmos que devemos ter em mente propostas de transformar a nossa realidade. A proposta é que a leitura dos capítulos possa permitir uma visão em conjunto dos problemas, e mostrar que eles dialogam e pedem soluções que vão além de suas particularidades, sem que caiamos numa generalização excessiva.