A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a Prefeitura de Santos firmaram um convênio que visa monitorar a qualidade sanitária da areia da praia no trecho liberado para o passeio de cães. A lei autorizando a parceria foi publicada em maio e prevê que o monitoramento, que deverá durar um ano e meio, começará após a assinatura do documento, prevista para os próximos dias.
A circulação de cães é permitida na faixa de areia da praia entre o Posto 1 de salvamento e o Parque Roberto Mário Santini (Emissário Submarino), no José Menino, desde o início de 2022. Dez pontos de coleta de areia serão instalados ao longo desse trecho para análises regulares.
O projeto, de autoria dos professores Gustavo Bueno Gregoracci e Vinícius Ribau Mendes, do Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo (IMar/Unifesp) – Campus Baixada Santista, é considerado pioneiro no Brasil. Mendes explica que a análise não se limitará à presença de bactérias na areia. “Vamos realizar análises genéticas dessas bactérias para identificar se os cães são de fato uma fonte de contaminação e quais os riscos relacionados. Também verificaremos a presença de parasitas”, afirma o professor.
A iniciativa pretende não apenas garantir a segurança no uso da areia, mas também melhorar os métodos de análise existentes. “Nosso principal objetivo é determinar a qualidade da areia naquela região e desenvolver uma metodologia eficaz para que o município utilize nas futuras avaliações”, explica o professor. Ele acrescenta que a maior parte das pessoas passa mais tempo na areia do que na água quando vai à praia, o que torna o cuidado com a qualidade da areia um ponto de atenção em termos de saúde pública.
O convênio prevê que a Unifesp receberá R$ 151.807,70, divididos em três parcelas, para realizar o estudo. Os trabalhos começarão após a assinatura do convênio, prevista para esta primeira quinzena de junho, bem como uma reunião acadêmica com profissionais da Prefeitura para discutir as questões técnicas das análises.
"Estamos na parte final dos trâmites. Após a assinatura e o pagamento inicial, poderemos adquirir os materiais necessários e iniciar o monitoramento. Em muito breve tudo já estará em andamento", assinala o professor.
A possibilidade de expandir a área permitida para cães na praia dependerá dos resultados deste monitoramento. A Prefeitura aguarda os dados para tomar decisões futuras sobre a ampliação.
Este projeto representa um avanço significativo no controle sanitário das praias e na proteção da saúde pública, com a Unifesp e a Prefeitura de Santos liderando uma iniciativa inovadora no Brasil. A parceria promete proteger a população, além de servir de modelo para outras cidades litorâneas enfrentarem desafios semelhantes.