Estudante da Unifesp recebe prêmio no Congresso Biotecnologia Brasil 2022

A mestre Letícia Beatriz Ueda Melo, recebeu o prêmio de primeiro lugar como melhor trabalho na forma de apresentação oral no evento “Congresso Biotecnologia Brasil 2022”, promovido pela Biotecnologia Brasil e EACH – USP, com a pesquisa desenvolvida durante o mestrado, no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia do Mar, da Universidade Federal de São Paulo (PPG – ICTMar/ UNIFESP).

A pesquisa tem como título “Bioprospecção de micro-organismos com potencial para biorremediação de óleo diesel” e foi orientada pelo Profa. Dra. Elen Aquino Perpetuo e Profa. Dra. Louise Hase Gracioso. O trabalho discute a degradação do óleo diesel por bactérias isoladas de locais contaminados e a influência da contaminação na composição da comunidade microbiana local, que foi desenvolvida em parceria com o Centro de Pesquisa em Meio Ambiente (CEPEMA – POLI – USP) e recebeu apoio financeiro da agência Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

fotoalunapremio.jpgFoto: Elen Aquino Perpétuo


Resumo do trabalho apresentado ao Congresso:

Acidentes envolvendo vazamentos de óleo diesel tem se tornado uma das principais preocupações ambientais, visto que 70% das áreas contaminadas no Estado de São Paulo provém de postos de combustíveis. Diante deste cenário, é necessário realizar o tratamento destas áreas para reduzir ou eliminar o contaminante. A biorremediação destaca-se como uma alternativa promissora para a descontaminação ambiental. Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi realizar a bioprospecção de micro-organismos de áreas contaminadas por óleo diesel e avaliar seu potencial de degradação deste combustível. Para isso, foram coletados três pontos amostrais de diferentes períodos de contaminação, em uma área referente a um estacionamento de caminhões, que atuava como posto de combustível em Cubatão, São Paulo. A identificação da microbiota local foi realizada a partir da metagenômica dependente de cultivo e a seleção dos micro-organismos degradadores do óleo diesel foi realizada por meio do enriquecimento em meio mineral contendo o contaminante como única fonte de carbono. Posteriormente, os micro-organismos foram isolados e identificados por espectrometria de massas (MALDI-TOF Biotyper) e por biologia molecular (gene 16S rRNA). A capacidade de biodegradação foi avaliada por análise colorimétrica, utilizando o indicador redox 2,6 diclorofenol-indofenol (DCPIP) e confirmada por cromatografia gasosa (CG-FID). A amplificação do gene alkB foi realizada para verificar a presença de uma das enzimas responsáveis pela biodegradação de hidrocarbonetos alcanos. A partir da análise metagenômica, foi possível verificar diferença na composição da microbiota, no qual foi observada a abundância dos gêneros Bacillus, Acinetobacter e Pseudomonas nos respectivos pontos de coleta. O enriquecimento com diesel permitiu isolar doze micro-organismos. Dentre os isolados, a cepa Pseudomonas nitroreducens apresentou melhor capacidade em degradar o óleo diesel (41%) e através da amplificação do gene, foi possível detectar uma das enzimas responsáveis pelo metabolismo do hidrocarboneto (alcano monooxigenase), confirmando o potencial desta linhagem em biodegradar o óleo diesel.