Curso especializará professores em cultura oceânica e sustentabilidade

Oferta será de 1.050 vagas, via Universidade Aberta do Brasil, por sete instituições de ensino; parceria engloba ministérios e a Unesco

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A CAPES ofertará, via Universidade Aberta do Brasil (UAB), um curso de especialização em cultura oceânica e sustentabilidade. Serão abertas 1.050 vagas para professores graduados das redes públicas de educação básica atuantes em salas de aula nos ensinos fundamental e médio. A carga horária total será de 360 horas, distribuídas ao longo de três semestres, com início na segunda metade de 2025.

As ofertas dos cursos serão distribuídas em sete instituições de ensino superior de quatro regiões do Brasil, com oferta de 150 vagas em cada um dos cinco Polos. Entre as instituições participantes constam as Universidades Federais de Alagoas (Ufal), do Pará (UFPA), de Pernambuco (UFPE), do Rio Grande (Furg), de Santa Catarina (UFSC) e de São Paulo (Unifesp), além da Estadual do Ceará (Uece). São parceiros, ainda, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (Secirm) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). 

O curso está em fase final de desenvolvimento. As tratativas têm ocorrido na sede da CAPES, em Brasília. Na segunda-feira, 25 de novembro, o diretor de Educação a Distância da Fundação, Antônio Amorim, ressaltou a importância da transversalidade curricular da temática do curso e de se assegurar um legado mais perene que articule pesquisa e ensino. “Caso seja possível, poderemos fazer iniciação científica nas escolas e, também, algum tipo de material pedagógico que pudesse ficar nos polos para uso, não só nos cursos, mas que possa se tornar um acervo pedagógico. Algo que seja trabalhado também nas licenciaturas oferecidas pela UAB”, disse.

A cultura oceânica é baseada em sete princípios essenciais:

  1. A Terra tem um Oceano global e muito diverso.

  2. O Oceano e a vida marinha têm uma forte ação na dinâmica da Terra.

  3. O Oceano exerce uma influência importante no clima.

  4. O Oceano permite que a Terra seja habitável.

  5. O Oceano suporta uma imensa diversidade de vida e ecossistemas.

  6. O Oceano e a humanidade estão fortemente interligados.

  7. Há muito por descobrir e explorar no Oceano.

Já na quarta-feira, 27, a secretária de Políticas e Programas Estratégicos do MCTI, Andrea Latgê, afirmou que “MCTI e MEC são indivisíveis”, porque educação e ciência devem caminhar juntas. E complementou: “Fico muito feliz de a CAPES encabeçar um movimento tão importante. O MCTI vai estar junto o tempo inteiro para contribuir com as políticas de difusão desse curso de participação efetiva na melhoria do cuidado com o mar”, disse.

O secretário da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, contra-almirante Ricardo Jaques Ferreira, por sua vez, afirmou que a Marinha do Brasil pode alocar navios para que os alunos possam fazer uma saída para o mar. E ressaltou a importância de se lecionar a segurança marítima. “Assim como se aprende no ensino fundamental a como atravessar a rua, o respeito ao sinal verde, é importantíssimo colocar, por exemplo, a questão do uso do colete e o combate ao escalpelamento na Região Norte”, disse.

O curso está incluído em uma das quatro dimensões de ações previstas para o enfrentamento às mudanças climáticas pelo aperfeiçoamento do conhecimento das relações das pessoas com o oceano: a Educação. Atuar na educação de base é assegurar que, desde crianças, as pessoas estejam cientes de sua relação com o oceano. As outras se darão em Múltiplos sistemas de conhecimento, Comunicação e Conexões culturais.

“É preciso olhar o Oceano que temos, entender a ciência que precisamos para termos o Oceano que queremos”, afirmou o presidente do Grupo de Especialistas em Cultura Oceânica da Unesco, Ronaldo Christofoletti. “A CAPES, ao propor um curso de formação de professores na cultura oceânica, entende seu papel nessa estrutura”, continuou Christofoletti, que também é coordenador do Programa Maré de Ciência, da Unifesp.

Na edição piloto, o objetivo principal será formar professoras/es e aprofundar os conceitos relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e da ciência oceânica na formação continuada deles. A consequência esperada é o aperfeiçoamento do trabalho em sala de aula e na comunidade escolar, com incorporação dos conteúdos às práticas pedagógicas.

(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)