Iniciativa tem coordenação de equipe multidisciplinar composta por docentes do Departamento de Ciências do Mar da Unifesp e pesquisadores da UFRJ, UFABC e UFPB, com apoio da Fundação SOS Mata Atlântica e gerenciamento da FapUnifesp.
Já começam a aparecer os primeiros resultados do projeto de Avaliação da efetividade do Parque Estadual Marinho da Laje de Santos e das Estações Ecológicas Tupinambás e Tupiniquins, vinculado ao Programa Costa Atlântica, promovido pela Fundação SOS Mata Atlântica. Entre os resultados iniciais, destacam-se os novos registros de ocorrência de espécies de corais, a descoberta de ambientes marinhos pouco conhecidos pela ciência e a observação de representantes da megafauna ameaçada de extinção, como baleia de bryde e raia-manta.
“Ainda há muito desconhecimento sobre o fundo do oceano no litoral paulista”, comenta o Professor adjunto do Departamento de Ciências do Mar, do Campus da Baixada Santista, da Universidade Federal de São Paulo, Unifesp, Fábio Motta, coordenador do projeto. “Existem diversos santuários nesse litoral. Eles são locais de refúgio para várias espécies marinhas ainda não totalmente estudadas. Nosso trabalho de pesquisa as identifica para sua posterior preservação”. Um exemplo dessa afirmação foi a descoberta, nessa região, de um tipo de espécie de coral de águas rasas, antes só visto em águas profundas no mar do Caribe.
Gerenciado pela Fundação de Apoio à Universidade Federal de São Paulo, FapUnifesp, o projeto avalia a importância das áreas de proteção marinha para preservação da biodiversidade. A equipe de pesquisadores é multidisciplinar, composta por docentes do Departamento de Ciências do Mar da Unifesp, do Instituto de Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e por pesquisadores da Universidade Federal do ABC (UFABC) e da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Na prática, as informações para a pesquisa são coletadas em Unidades de Conservação. Entre outros aspectos relevantes no trabalho de campo, verifica-se o tamanho médio da fauna marinha, a qualidade dos locais onde as espécies encontradas vivem e a cobertura dos recifes rochosos, cientificamente chamados de ambientes bentônicos. Tudo isso é feito por meio de mergulhos. “Esse projeto vai gerar base de monitoramento de longo prazo. Isso é importante para apoiar os gestores públicos na tomada de decisão relativa à conservação desses ambientes”, reflete prof. Motta.
Para garantir a precisão do sistema de monitoramento, está previsto o estabelecimento de pontos fixos no fundo do mar, próximo à costa da Ilha de Alcatrazes, onde as fotografias da fauna marinha serão feitas. Para o professor Rodrigo Moura, da UFRJ, essa metodologia vai contribuir para o conhecimento sobre a taxa de crescimento dos corais e da dinâmica das macroalgas, que são muito sazonais, além de consolidar Alcatrazes como sítio de monitoramento.
Todos os locais em estudo, pelo projeto, são unidades de conservação federais e estaduais de proteção integral. Na Estação Ecológica de Tupinambás e na Estação Ecológica de Tupiniquins é proibido o turismo e pesca em seu entorno. Entre elas situa-se o Parque Estadual Marinho da Laje de Santos, aberto para atividades educacionais e de turismo.