Grupo coordenado por docente da Unifesp realiza monitoramento que visa estimar a quantidade de espécies da fauna e da flora desses ambientes e comparar com áreas sem políticas de preservação
Os pesquisadores do projeto “Avaliação da Efetividade do Parque Estadual Marinho da Laje de Santos e das Estações Ecológicas Tupinambás e Tupiniquins (SP)”, um dos selecionados no 7° Edital do Programa Costa Atlântica, promovido pela Fundação SOS Mata Atlântica, percorreram as principais unidades de conservação (UCs) marinhas de proteção integral do estado de São Paulo com o intuito de mensurar a diversidade da flora e fauna que cobrem esses ambientes.
As expedições estão sendo realizadas desde início de 2015, sob coordenação do professor do Departamento de Ciências do Mar da Unifesp, Fábio Motta. Também integram a equipe pesquisadores da UFRJ, UFABC, UFPB e ICMBio. Duas viagens foram realizadas a bordo do navio de pesquisa Soloncy Moura, durante as quais eles realizaram censos visuais dos peixes e fotografaram os recifes, a partir dos quais será possível quantificar organismos como algas, corais e outros invertebrados.
O objetivo do projeto é avaliar o quanto as UCs vêm alcançando seus objetivos de conservação da biodiversidade e, para isso, usa indicadores biológicos para comparar áreas inseridas em unidades protegidas com outras nas quais essas políticas inexistem, como o caso da Ilha da Queimada Grande. O grupo de pesquisadores também tem discutido a efetividade das UCs e o levantamento desses dados contribuirão no aprimoramento das políticas e práticas de gestão das áreas marinhas de São Paulo. Os resultados iniciais também contemplam novos registros de ocorrência de espécies de corais conhecidas apenas em águas profundas, como Caryophyllia barbadensis e Paracyathus pulchellus, e mapearam novos recifes.
Uma missão científica, realizada em novembro de 2015, já é considerada pelos pesquisadores como um dos resultados mais promissores da iniciativa. Na ocasião, 31 parcelas para o monitoramento de longo prazo das comunidades bentônicas foram instaladas em diferentes locais da Ilha de Alcatrazes. O trabalho de campo demandou cinco dias de mergulhos e uma logística complexa, envolvendo a utilização de equipamentos hidráulicos submersíveis que possibilitaram a fixação dos 62 pinos de aço que compõem a malha amostral. Para os pesquisadores, os trabalhos realizados elevarão o nível da pesquisa e monitoramento marinho em Alcatrazes para outro patamar, além de contribuir direta e indiretamente para a proteção e valorização do Arquipélago.