Nota de solidariedade

Os docentes da Unifesp reunidos em Assembleia Geral no dia 22 de abril de 2019 manifestam sua solidariedade à Camila Marques, professora do Instituto Federal de Águas Lindas-GO e Coordenadora Geral do Sinasefe, pelo cerceamento de liberdade sofrido em 15 de abril. Com o objetivo de proteger seus alunos contra a ação arbitrária da Polícia Civil no campus a professora acabou sendo detida.

Repudiamos a entrada da polícia em espaços educacionais para cumprir diligências que não sejam única e exclusivamente para defenderem estudantes, professore(a)s, técnico(a)s-administrativo(a)s e demais funcionário(a)s. Especialmente a forma violenta de suas ações.

Estendemos a solidariedade à Gabriel Pimentel, professor de história da Escola Estadual Lourdes de Carvalho em Uberlândia. O professor intercedeu na abordagem dos policiais aos alunos e também foi detido de forma completamente arbitrária. E também ao professor de geografia demitido pelo Colégio Poliedro em São José dos Campos por realizar uma avaliação crítica da atual conjuntura política e das ações do governo. A ação do colégio expressa uma clara violação da liberdade de cátedra, censurando o professor em seu ambiente de trabalho. A construção de avaliações e posturas críticas sobre qualquer que seja o tema constituem passo pedagógico fundamental à formação autônoma dos estudantes.

As demissões e prisões injustificadas dos professore (a)s em seu ambiente de trabalho constituem uma forma de intimidação e uma violência à prática cotidiana de construção da educação. Não aceitaremos qualquer tipo de intimidação e violências nas escolas, institutos e universidades.

Docentes da Unifesp reunidos em Assembleia Geral em 22 de abril de 2019

 

Fonte: http://adunifesp.org.br/?p=3907