Prezadas(os) Estudantes,
Inicialmente agradeço, em nome do Instituto, o apoio e envolvimento de vocês na defesa da qualidade do ICT-Unifesp. Considerei notável a palavra de ordem que vocês entoaram na passeata do dia 10 de abril: “A Unifesp não quer parar, por isso eu luto pela educação”. Mas como nos últimos dias notei muito de vocês preocupados e alguns desanimados em virtude dos cortes orçamentários impostos pelo governo federal, acho oportuno lembrar Fernando Pessoa: “É preciso ser realista para descobrir a verdade. É preciso ser romântico para criá-la.”
A educação pública no Brasil quase nunca foi uma prioridade governamental, e só não está pior graças à luta de gerações. As próprias universidades federais passaram por uma crise muito mais severa que a atual nos anos 90 e início dos ano 2000. Se não fosse a resistência dos estudantes, técnicos-administrativos e professores, bem como de suas entidades, como a UNE, a FASUBRA e o ANDES, talvez nem existissem mais universidades federais públicas no Brasil, sem nenhum exagero. Creio que a maioria dos professores vivenciou isso enquanto estudante e pode debater com vocês sobre.
Contudo, de forma alguma devemos ver a situação em curso como natural. De fato, investir adequadamente na educação pública é uma obrigação do estado brasileiro e estratégico para o país. Apesar de só recebermos notícias ruins de Brasília nos últimos meses, eu acredito que o governo atenderá as necessidades das universidades federais, em particular da Unifesp e do ICT, pois cada vez mais fica evidente o quão danosa é a atual política para a população. Cumpre dizer que temos um notável educador como ministro da educação e isso também nos deve dar esperança de dias melhores.
Estudantes do ICT, continuem estudando com vigor e mantenham-se mobilizados pelos seus direitos e de toda a população. O país precisa de profissionais capacitados tecnicamente e socialmente engajados. Não tenho dúvida que vocês caminham com maestria nessa direção.