Em 2016, o grupo refletirá sobre os dilemas da via revolucionária, tomando como ponto de partida a experiência cubana
Foto: Klaus Hermann Heringer
No dia 2 de abril, o Grupo Realidade Latino-Americana promoveu uma reunião na Biblioteca do Memorial da América Latina que demarcou o início da primeira etapa das atividades do grupo em 2016, visando preparar os participantes por meio da contextualização da história e da política do próximo país a ser visitado pelo grupo.
Além de representantes da Unifesp, o encontro contou a participação de estudantes e professores de diversas instituições envolvidas, como USP, Unicamp, UFRR, Unesp, UFABC e Universidade Federal da Integração Latino-Americana. Na ocasião, Joana Salém Vasconselos (USP) e Carlos Cordovano (UNICAMP) trouxeram temas para discussão no grupo, com a apresentação da palestra “Socialismo na periferia: por um balanço da revolução cubana”.
O Grupo Realidade Latino-Americana teve sua primeira organização em 2014, surgida a partir do interesse de alunos e professores, em sua maioria da Unifesp, em realizar uma viagem para compreensão da realidade sócio-política da Venezuela e Colômbia. As primeiras viagens foram realizaram em julho daquele mesmo ano. Naquele ano, coordenaram os trabalhos os docentes Daniel Campos de Carvalho, Fábio Luis Barbosa e Regiane Nitsch Bressan, do curso de Relações Internacionais da Escola Paulista de Política, Economia e Negócios (EPPEN) - Campus Osasco da Unifesp.
“O sucesso da primeira edição foi fundamental para a organização e expansão do grupo nos anos posteriores, convergindo novos participantes interessados em estudar a fundo a realidade dos países latino-americanos”, relata Klaus Hermann Heringer, um dos participantes do grupo. Em 2015, foi realizada uma nova expedição para Bolívia e Peru. Dessa vez, além do professor Fábio, a coordenação foi de responsabilidade das docentes Fabiana Dessoti (Relações Internacionais) e Luciana Rosa de Souza (Ciências Econômicas).
Para 2016, o grupo está organizando uma nova edição com o objetivo de refletir sobre os dilemas da via revolucionária, tomando como ponto de partida a experiência cubana, que atualmente virou tema de discussão por conta da reaproximação entre Estados Unidos e Cuba, após mais de 50 anos. “Os impasses da conjuntura latino-americana reatualizam o debate sobre os limites da reforma e a contrarrevolução, temas presentes nas edições passadas”, diz o professor Fábio.
O programa de extensão acolhe professores e estudantes de distintas áreas e diferentes estágios de formação acadêmica, privilegiando a construção coletiva do conhecimento em relação aos dilemas da realidade latino-americana. “O objetivo do grupo consiste principalmente em desconstruir a imagem que os participantes possuem dos países em foco, formadas por meio de contato midiático ou breve contato por algumas leituras. Essas reuniões e a viagem permitem a construção de uma opinião à primeira mão, pelo debate e vivência da realidade, orientando-nos segundo a nossa própria leitura crítica”, explica Klaus.