Esta pesquisa pretende contribuir com o debate sobre a violência estrutural e a violência de Estado no Brasil e o processo de organização e resistência dos familiares (mulheres/mães) de pessoas executadas por agentes do Estado (polícia militar). Busca identificar como é realizada a luta cotidiana das mulheres/mães que compõe o movimento “mães de maio”, especialmente a forma como elas têm enfrentado os processos de adoecimento ocasionados pela dor da perda de seus filhos, bem como o significado e as consequências geradas pela resistência e atuação política. O levantamento e a análise de dados ocorrerão a partir da experiência das mulheres/mães de vítimas em articulação entre os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Ceará. Será desenvolvida uma pesquisa participante, por meio de rodas de diálogos que promovam, por meio da memória, a construção de narrativas individuais e coletivas, a troca de experiências e de afetos coletivos, na perspectiva de fortalecer as estratégias sociais e políticas de enfrentamento ao sofrimento e ao adoecimento.

 

Relatórios:

O relatório Parte I “Não falem de nós, sem nós! O protagonismo das mulheres/mães de vítimas como pesquisadoras sociais”, apresenta a abordagem metodológica utilizada na pesquisa em curso “Vozes da dor, da luta e da resistência das mulheres/mães de vítimas da violência de Estado” uma pesquisa protagonizada pelas mulheres/mães integrantes do Movimento Independente Mães de Maio em articulação com mães de vítimas de outros estados do Brasil, pesquisadoras do Centro de Arqueologia e Antropologia Forense da UNIFESP - CAAF e a Harvard Kennedy School. Esse projeto colaborativo empregou várias estratégias de pesquisa participativa para identificar e analisar as consequências da violência do Estado por meio das narrativas de mães de vítimas de violência do Estado. A abordagem metodológica da pesquisa visou retirar as mães de vítimas do papel de objetos de estudo, para colocá-las no papel de pesquisadora social, sendo reconhecidas como produtoras de conhecimento. Este relatório busca subsidiar - e transformar – os processos de formação de pesquisadores/as com a finalidade de dar protagonismo às mães de vítimas de violência do estado nas pesquisas acadêmicas e contribuir com novos modelos de pesquisa colaborativa entre universidades e movimentos sociais.
 
 
Este relatório reúne os referenciais teórico-metodológicos, as principais reflexões e os resultados da pesquisa “Vozes de Dor, da Luta e da Resistência das Mulheres/Mães de Vítimas da Violência do Estado no Brasil”. Trata-se de uma pesquisa colaborativa entre pesquisadoras da Universidade de Harvard, da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e do Movimento Independente Mães de Maio, um movimento social formado por mães de vítimas dos “Crimes de Maio”, após o massacre cometido pela Polícia Militar do Estado de São Paulo e por grupos de extermínio ligados à polícia militar em maio de 2006. 

 

Notas:

Dia da Mulher negra: Mães sofrem a perda dos filhos para violência policial

Pesquisa analisa danos mentais e físicos causados por violência policial a famílias de vítimas: "A mãe morre todo dia porque não tem resposta do Estado"

Pesquisa aborda violência estrutural e de Estado no Brasil

Pesquisa social – ADUFC recebe lançamento de livro que dá voz a mães de vítimas da violência estatal no Brasil

Estudo analisa saúde de mães de vítimas de ações policiais

Famílias adoecidas pela violência do Estado precisam de acolhimento e reparação

Quem cuida da saúde mental de mães de vítimas de violência?

Pesquisadoras falam do relatório “Vozes da dor, da luta e da resistência das mulheres/mães de vítimas da violência de estado no Brasil" no Educafro Valongo, em Santos.

Evento de lançamento do relatório final.

Parceria com a Conectas e o Movimento Independente Mães de Maio.

Workshop Nossas Próprias Vozes: Pesquisa Comunitária sobre Violência Policial no Brasil na Harvard University, em Cambridge-Massachussets/EUA.

 

 

 

 

Equipe:
Profa. Dra. Raiane P. S. Assumpção – CAAF/Unifesp
Profa. Dra. Yanilda M. González – Harvard Kennedy School
Débora Maria da Silva – CAAF/Movimento Mães de Maio/SP
Aline Lúcia de Rocco Gomes – CAAF/Unifesp
Edna Carla Cavalcante – Movimento de Mães da Periferia/CE
Nívia do Carmo Raposo – Movimento de Mães da Baixada Fluminense/RJ
Rute Silva Santos – Movimento de Mães da Bahia/BA
Profa. Ma. Valéria Aparecida de Oliveira Silva – CAAF/Unifesp

 

 

Parecer CEP (Comitê de Ética em Pesquisa) - Unifesp
Nº parecer: 5.380.937

 

 

 

Podcast 1049 logo

1049 não é um número qualquer e sim o número de caixas que contêm os remanescentes ósseos exumados no Cemitério de Perus/SP, em 1990, de uma vala clandestina onde foram ocultados durante o período da Ditadura Militar.

Em 2014, o Grupo de Trabalho Perus foi criado para analisar e identificar estes remanescentes. A partir desse marco começa a história do CAAF. De lá pra cá, muita coisa aconteceu, outros projetos surgiram, mas todos têm algo em comum: desenvolver pesquisas e formações em direitos humanos, buscar por evidências da violência institucional onde as análises sejam feitas em parceria com os movimentos ou sujeitos em situação de luta social. 

Portanto, mais que um número, o 1049 é o canal aberto do CAAF para encontro e trocas, onde vamos conversar sobre violência de Estado, Direitos Humanos, ciências forenses, movimentos sociais y otras cositas más. 

O Podcast 1049 é um projeto de extensão da Unifesp e está em sua segunda temporada.

1ª Temporada

Conta com 15 episódios, além da série especial “30 anos da abertura da Vala de Perus”, com três episódios, produzidos entre 2019 e 2021.

Equipe permanente da Unifesp:

João Pedro Silva de Albuquerque 

Marilia Oliveira Calazans

Aline Feitoza de Oliveira

Bolsista Pibex:

Rebeca Righetti Ramos

 

2ª Temporada

Está em andamento desde 2021 e vem trabalhando o tema: “Universidade e movimento social: produção de conhecimentos sobre violências”. 

Sinopse: Nessa segunda temporada, o Podcast “1049” vai promover encontros entre parceiros  que, desde suas atuações nas universidades e nas lutas sociais, vêm elaborando modos de produzir (re)conhecimentos sobre violências

Ao longo dos episódios, olharemos para diferentes contextos e territórios brasileiros (e outros países latino-americanos), onde variadas formas de violações são exercidas pelo Estado, ou por particulares com anuência estatal, contra setores vulnerabilizados a partir de assimetrias de raça, classe, gênero e sexualidade.

A respeito de cada cenário, propomos uma mesma conversa: pensar as complexas relações existentes entre a reprodução contínua dessas violências e a invisibilização das populações. Queremos ouvi-los, em especial, sobre o papel do Estado na negação, secundarização ou mesmo na produção da falta de conhecimentos empíricos (dados, evidências, informações, etc) sobre tais violações. Assim como sobre as possibilidades (ou mesmo as tensões) inscritas nas interlocuções entre universidades e movimentos sociais, quando estes se dedicam a elaborar conjuntamente práticas, métodos, abordagens e conhecimentos sobre as maneiras pelas quais essas violências se manifestam, se exercem e sobre quem e como elas afetam.   

 

Equipe permanente da Unifesp:

Desirée de Lemos Azevedo

Bolsistas CAAF:

Lorrane Campos Rodrigues

Cássia Aranha

Bolsista Pibex:

Matheus Camata Krabbe

 

Escute os episódios em:

 

Vida Trans Viva

 

Esta pesquisa analisa, a partir da perspectiva dos estudos forenses, os crimes de homicídio contra pessoas trans ocorridos na Grande São Paulo, entre os anos de 2017 e 2019. O objetivo é compreender a dinâmica dos crimes, bem como analisar as narrativas midiáticas produzidas para se referir a eles, o papel das instituições e órgãos de governo na (sub)notificação dos homicídios e o impacto social e familiar gerado pelos assassinatos de pessoas Trans. Este estudo é realizado a partir de informações obtidas pela mídia, denúncias encaminhadas a ONGs e movimentos sociais, dados oficiais (isto é, obtidos de processos judiciais, por meio da Defensoria Pública, de dados da Secretaria de Segurança Pública e outras fontes vinculadas ao Estado) e de levantamentos realizados pelos coletivos e observatórios dedicados ao tema, em conjunto com o Núcleo de Estudos, Pesquisa, Extensão e Assistência à Pessoa Trans Professor Roberto Farina da Universidade Federal de São Paulo (Núcleo TransUnifesp - NTU), familiares de vítimas e outros coletivos de pessoas Trans da Região Metropolitana de São Paulo.

 

Acesse a nota pública do projeto.

Quer acompanhar o andamento da pesquisa e participar da discussão dos resultados? Cadastre-se na Rede de Acompanhamento da pesquisa "Vida Trans Viva"

 

Projeto "Vida Trans Viva": Análise dos homicídios de pessoas Trans (Grande São Paulo, entre 2017 e 2019)

Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE): 47897021.7.0000.5505

Coordenação: Marília Oliveira Calazans (CAAF-Unifesp) e Denise Leite Vieira (Núcleo TransUnifesp)

Financiamento: Instituto Galo da Manhã

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[descrição do projeto]

 

 

 

 

DOCUMENTOS

Projeto

Comissão científica

Termo de Compromisso entre Unifesp e o Ministério Público Federal

 

 

 

 

Projeto Laboratório de Identificação Humana

Realização: CAAF-Unifesp
Financiamento: TAC Volkswagen
Coordenação: Magnus Silva (coordenador) e Aline Oliveira (vice-coordenadora)
Contatos: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Base de dados e Antropologia Forense

Esta proposta começou a ser desenvolvida tendo como base o caso da Vala de Perus, em que desaparecidos políticos da ditadura tiveram seus corpos ocultados. Atualmente o CAAF, a partir de um convênio com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos do Governo Federal e a Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo é responsável pelos trabalhos de identificação de desaparecidos entre os mais de mil corpos que dali foram exumados. Este caso forense está sendo desenvolvido há seis anos e já resultou em centenas de documentos produzidos, com no mínimo sete fichas em papel para cada caso.

Algumas etapas de trabalho demandam seleção de casos, o que atualmente é feito a partir de filtros manuais em planilhas de excel. Percebeu-se então a importância de um sistema em que fosse possível preencher os dados, evitando uso de fichas de papel, e que permitisse o cruzamento destas informações de acordo com a demanda do profissional. Neste projeto, propõe-se a elaboração de uma base de dados que contenha quesitos retirados do caso Perus, e de outros projetos desenvolvidos pelo centro de modo que a base possa ser utilizada em diferentes contextos. Entendendo como um investimento público voltado à Antropologia Forense, vemos a importância de que esta estrutura da base possa ser aplicada e partilhada com outros projetos, com uma interface amigável, tornando seu preenchimento mais intuitivo.

Planejamento
Considerando o volume de informações a serem utilizadas para a construção de uma base que interligue dados de contexto, de antemortem, post-mortem e genética, optou-se por iniciar o trabalho com o estudo das fichas, de modo que os bolsistas entendam do que se trata e qual o objetivo final, para facilitar o início da programação que irá estruturar a base. Foram selecionadas fichas em branco do projeto Perus, Crimes de Maio, e outros projetos desenvolvidos pelo centro para planejar abas na base que correspondam as quatro etapas de trabalho indicadas acima.

Equipe
- Construção da base: 5 bolsistas de graduação do curso de Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia, do Campus São José dos Campos.
- Alimentação da base: contratação de 6 bolsistas.
- Supervisão do preenchimento: 1 profissional especialista em Antropologia Forense.
- Organização dos documentos: 1 profissional de história, especializado em arquivos.

Atividades a serem desenvolvidas
As atividades a serem desenvolvidas correspondem a duas etapas. Uma refere-se à construção da base de dados com a interface amigável e outra refere-se à alimentação deste banco, a partir das informações presentes em fichas em papel.

Construção
1) Estudo aprofundado das fichas;
2) Análise e desenvolvimento de ferramentas do portal web;
3) Desenvolvimento da interface do portal web para as fichas;
4) Modelagem Conceitual e Lógica das fichas;
5) Modelagem Física das fichas;
6) Integração da interface do portal com o banco de dados do projeto;
7) Testes de validação do portal web para as fichas;
8) Instalação e Testes no portal Web;
9) Ajustes e acompanhamento.

 

 

 

Projeto “Construção de Base de dados para Antropologia Forense”

Coordenadora: Prof Dr Daniela Musa (Docente do Instituto de Ciência e Tecnologia - Campus São José dos Campos)
Vice-Coordenadora: Aline Feitoza de Oliveira (Antropóloga do Centro de Antropologia e Arqueologia Forense - Campus Reitoria)
Financiamento: Deputada Natália Bonavides PT - RN (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.)