EnfrentAção - Pesquisa e Intervenção Multiprofissional a partir da escuta de mães e familiares de vítimas da violência de Estado

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O projeto é resultado de parceria entre a Universidade Federal de São Paulo implementado pelo Centro de Arqueologia e Antropologia Forense (CAAF - Unifesp) e o Movimento Independente Mães de Maio por meio de financiamento da Secretaria de Acesso à Justiça (SAJU) do Ministério da Justiça e Segurança Pública, e busca contribuir para o pleno acesso ao Estado de Direito das famílias das vítimas da violência estatal no Brasil, proporcionando escuta qualificada acerca de suas demandas por justiça para que sejam mais amplamente ouvidas e reconhecidas, garantindo os direitos à verdade, à memória, à justiça e não repetição.

Contexto:

Este projeto de pesquisa e intervenção inicia a partir dos dados apontados no relatório da pesquisa sobre violência de Estado que afirma “No caminhar do período democrático, especificamente entre os dias 12 e 20 de maio de 2006, ocorreram, no Estado de São Paulo, os crimes que ficaram conhecidos como os Crimes de Maio de 2006, com a execução de mais de 500 pessoas pela ação letal de policiais e grupos de extermínio”. Após esses crimes, nasceu o Movimento Independente Mães de Maio na Região Metropolitana da Baixada Santista (RMBS), em busca de verdade e justiça pelos seus filhos e filhas, vítimas fatais daquele período.

Entre as ações deste movimento de mães e familiares, podemos citar a apresentação de Denúncia à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, através do Núcleo Especializado de Cidadania e Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, por violação da Convenção de Direitos Humanos apontando, entre outras reivindicações que fosse oferecida “a garantia de atendimento médico e psicossocial às vítimas de graves violações de direitos humanos”.

Isso posto, é importante ressaltar que o Movimento Independente Mães de Maio, em quase 20 anos após os fatos ocorridos, vem se articulando com outros movimentos de mães e familiares espalhados pelo país e também com universidades, denunciando e buscando consolidar a luta pelos direitos negados às mães e familiares de vítimas da violência policial, potencializando a produção de conhecimento e o resgate da memória acerca dos recorrentes atos praticados pelas forças de segurança pública em todo o território nacional.

Assim, propôs uma primeira versão do projeto de intervenção (denominado projeto piloto) que foi implementado em parceria com a Associação Cultural Recreativa Esportiva Bloco do Beco e a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, essa última, responsável pelo repasse dos recursos financeiros para fins de fomento (TERMO DE FOMENTO No TFM/105/2022/SMDHC/CPIR) e apoio à execução das atividades do projeto contemplado em duas partes: “Parte I” realizada no período de dezembro de 2021 a agosto de 2022 (8 meses) e  “Parte II” realizada no período de dezembro de 2022 a maio de 2023 (6 meses).

Dessa forma, este projeto – em sua segunda versão – parte de uma experiência exitosa que  pretende contribuir com as demandas apresentadas pelas mães e familiares de vítimas envolvendo a garantia de reparação acerca desses crimes e desenvolvendo estudos a partir da experiência de até 150 mulheres/mães em 5 estados brasileiros – São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Ceará com o intuito de proporcionar, por meio da atenção social, simbólica e de saúde, um espaço de acolhimento e escuta qualificada aos processos de prevenção ao adoecimento, ofertando acolhimento às situações de luto por meio de equipe multiprofissional composta por psicólogas, assistentes sociais e advogadas no sentido de compreender como vivem e respondem às múltiplas formas de violência a que são submetidas. A partir da intervenção o estudo se dará por meio da pesquisa ação e participante através da promoção de afetos coletivos e da troca de experiências, na perspectiva de que as participantes possam reconstruir suas realidades.

 

 

Vozes da dor, da luta e da resistência das mulheres/mães de vítimas da violência de Estado no Brasil

Esta pesquisa pretende contribuir com o debate sobre a violência estrutural e a violência de Estado no Brasil e o processo de organização e resistência dos familiares (mulheres/mães) de pessoas executadas por agentes do Estado (polícia militar). Busca identificar como é realizada a luta cotidiana das mulheres/mães que compõe o movimento “mães de maio”, especialmente a forma como elas têm enfrentado os processos de adoecimento ocasionados pela dor da perda de seus filhos, bem como o significado e as consequências geradas pela resistência e atuação política. O levantamento e a análise de dados ocorrerão a partir da experiência das mulheres/mães de vítimas em articulação entre os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Ceará. Será desenvolvida uma pesquisa participante, por meio de rodas de diálogos que promovam, por meio da memória, a construção de narrativas individuais e coletivas, a troca de experiências e de afetos coletivos, na perspectiva de fortalecer as estratégias sociais e políticas de enfrentamento ao sofrimento e ao adoecimento.

 

Relatórios:

O relatório Parte I “Não falem de nós, sem nós! O protagonismo das mulheres/mães de vítimas como pesquisadoras sociais”, apresenta a abordagem metodológica utilizada na pesquisa em curso “Vozes da dor, da luta e da resistência das mulheres/mães de vítimas da violência de Estado” uma pesquisa protagonizada pelas mulheres/mães integrantes do Movimento Independente Mães de Maio em articulação com mães de vítimas de outros estados do Brasil, pesquisadoras do Centro de Arqueologia e Antropologia Forense da UNIFESP - CAAF e a Harvard Kennedy School. Esse projeto colaborativo empregou várias estratégias de pesquisa participativa para identificar e analisar as consequências da violência do Estado por meio das narrativas de mães de vítimas de violência do Estado. A abordagem metodológica da pesquisa visou retirar as mães de vítimas do papel de objetos de estudo, para colocá-las no papel de pesquisadora social, sendo reconhecidas como produtoras de conhecimento. Este relatório busca subsidiar - e transformar – os processos de formação de pesquisadores/as com a finalidade de dar protagonismo às mães de vítimas de violência do estado nas pesquisas acadêmicas e contribuir com novos modelos de pesquisa colaborativa entre universidades e movimentos sociais.
 
 
Este relatório reúne os referenciais teórico-metodológicos, as principais reflexões e os resultados da pesquisa “Vozes de Dor, da Luta e da Resistência das Mulheres/Mães de Vítimas da Violência do Estado no Brasil”. Trata-se de uma pesquisa colaborativa entre pesquisadoras da Universidade de Harvard, da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e do Movimento Independente Mães de Maio, um movimento social formado por mães de vítimas dos “Crimes de Maio”, após o massacre cometido pela Polícia Militar do Estado de São Paulo e por grupos de extermínio ligados à polícia militar em maio de 2006. 

 

Notas:

Dia da Mulher negra: Mães sofrem a perda dos filhos para violência policial

Pesquisa analisa danos mentais e físicos causados por violência policial a famílias de vítimas: "A mãe morre todo dia porque não tem resposta do Estado"

Pesquisa aborda violência estrutural e de Estado no Brasil

Pesquisa social – ADUFC recebe lançamento de livro que dá voz a mães de vítimas da violência estatal no Brasil

Estudo analisa saúde de mães de vítimas de ações policiais

Famílias adoecidas pela violência do Estado precisam de acolhimento e reparação

Quem cuida da saúde mental de mães de vítimas de violência?

Pesquisadoras falam do relatório “Vozes da dor, da luta e da resistência das mulheres/mães de vítimas da violência de estado no Brasil" no Educafro Valongo, em Santos.

Evento de lançamento do relatório final.

Parceria com a Conectas e o Movimento Independente Mães de Maio.

Workshop Nossas Próprias Vozes: Pesquisa Comunitária sobre Violência Policial no Brasil na Harvard University, em Cambridge-Massachussets/EUA.

 

 

 

 

Equipe:
Profa. Dra. Raiane P. S. Assumpção – CAAF/Unifesp
Profa. Dra. Yanilda M. González – Harvard Kennedy School
Débora Maria da Silva – CAAF/Movimento Mães de Maio/SP
Aline Lúcia de Rocco Gomes – CAAF/Unifesp
Edna Carla Cavalcante – Movimento de Mães da Periferia/CE
Nívia do Carmo Raposo – Movimento de Mães da Baixada Fluminense/RJ
Rute Silva Santos – Movimento de Mães da Bahia/BA
Profa. Ma. Valéria Aparecida de Oliveira Silva – CAAF/Unifesp

 

 

Parecer CEP (Comitê de Ética em Pesquisa) - Unifesp
Nº parecer: 5.380.937

 

 

 

Laboratório de Identificação Humana

 

 

[descrição do projeto]

 

 

 

 

DOCUMENTOS

Projeto

Comissão científica

Termo de Compromisso entre Unifesp e o Ministério Público Federal

 

 

 

 

Projeto Laboratório de Identificação Humana

Realização: CAAF-Unifesp
Financiamento: TAC Volkswagen
Coordenação: Magnus Silva (coordenador) e Aline Oliveira (vice-coordenadora)
Contatos: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

1049

Podcast 1049 logo

1049 não é um número qualquer e sim o número de caixas que contêm os remanescentes ósseos exumados no Cemitério de Perus/SP, em 1990, de uma vala clandestina onde foram ocultados durante o período da Ditadura Militar.

Em 2014, o Grupo de Trabalho Perus foi criado para analisar e identificar estes remanescentes. A partir desse marco começa a história do CAAF. De lá pra cá, muita coisa aconteceu, outros projetos surgiram, mas todos têm algo em comum: desenvolver pesquisas e formações em direitos humanos, buscar por evidências da violência institucional onde as análises sejam feitas em parceria com os movimentos ou sujeitos em situação de luta social. 

Portanto, mais que um número, o 1049 é o canal aberto do CAAF para encontro e trocas, onde vamos conversar sobre violência de Estado, Direitos Humanos, ciências forenses, movimentos sociais y otras cositas más. 

O Podcast 1049 é um projeto de extensão da Unifesp e está em sua segunda temporada.

1ª Temporada

Conta com 15 episódios, além da série especial “30 anos da abertura da Vala de Perus”, com três episódios, produzidos entre 2019 e 2021.

Equipe permanente da Unifesp:

João Pedro Silva de Albuquerque 

Marilia Oliveira Calazans

Aline Feitoza de Oliveira

Bolsista Pibex:

Rebeca Righetti Ramos

 

2ª Temporada

Está em andamento desde 2021 e vem trabalhando o tema: “Universidade e movimento social: produção de conhecimentos sobre violências”. 

Sinopse: Nessa segunda temporada, o Podcast “1049” vai promover encontros entre parceiros  que, desde suas atuações nas universidades e nas lutas sociais, vêm elaborando modos de produzir (re)conhecimentos sobre violências

Ao longo dos episódios, olharemos para diferentes contextos e territórios brasileiros (e outros países latino-americanos), onde variadas formas de violações são exercidas pelo Estado, ou por particulares com anuência estatal, contra setores vulnerabilizados a partir de assimetrias de raça, classe, gênero e sexualidade.

A respeito de cada cenário, propomos uma mesma conversa: pensar as complexas relações existentes entre a reprodução contínua dessas violências e a invisibilização das populações. Queremos ouvi-los, em especial, sobre o papel do Estado na negação, secundarização ou mesmo na produção da falta de conhecimentos empíricos (dados, evidências, informações, etc) sobre tais violações. Assim como sobre as possibilidades (ou mesmo as tensões) inscritas nas interlocuções entre universidades e movimentos sociais, quando estes se dedicam a elaborar conjuntamente práticas, métodos, abordagens e conhecimentos sobre as maneiras pelas quais essas violências se manifestam, se exercem e sobre quem e como elas afetam.   

 

Equipe permanente da Unifesp:

Desirée de Lemos Azevedo

Bolsistas CAAF:

Lorrane Campos Rodrigues

Cássia Aranha

Bolsista Pibex:

Matheus Camata Krabbe

 

Escute os episódios em:

Vida Trans Viva: Análise dos homicídios de pessoas Trans (Grande São Paulo, entre 2017 e 2019)

 

Vida Trans Viva

 

Esta pesquisa analisa, a partir da perspectiva dos estudos forenses, os crimes de homicídio contra pessoas trans ocorridos na Grande São Paulo, entre os anos de 2017 e 2019. O objetivo é compreender a dinâmica dos crimes, bem como analisar as narrativas midiáticas produzidas para se referir a eles, o papel das instituições e órgãos de governo na (sub)notificação dos homicídios e o impacto social e familiar gerado pelos assassinatos de pessoas Trans. Este estudo é realizado a partir de informações obtidas pela mídia, denúncias encaminhadas a ONGs e movimentos sociais, dados oficiais (isto é, obtidos de processos judiciais, por meio da Defensoria Pública, de dados da Secretaria de Segurança Pública e outras fontes vinculadas ao Estado) e de levantamentos realizados pelos coletivos e observatórios dedicados ao tema, em conjunto com o Núcleo de Estudos, Pesquisa, Extensão e Assistência à Pessoa Trans Professor Roberto Farina da Universidade Federal de São Paulo (Núcleo TransUnifesp - NTU), familiares de vítimas e outros coletivos de pessoas Trans da Região Metropolitana de São Paulo.

 

Acesse a nota pública do projeto.

Quer acompanhar o andamento da pesquisa e participar da discussão dos resultados? Cadastre-se na Rede de Acompanhamento da pesquisa "Vida Trans Viva"

 

Projeto "Vida Trans Viva": Análise dos homicídios de pessoas Trans (Grande São Paulo, entre 2017 e 2019)

Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE): 47897021.7.0000.5505

Coordenação: Marília Oliveira Calazans (CAAF-Unifesp) e Denise Leite Vieira (Núcleo TransUnifesp)

Financiamento: Instituto Galo da Manhã

Contato: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.